Respeito os taxistas. É uma raça valente que pode passar até 15 horas seguidas dirigindo, muitas vezes com poucas chances de conviver com a família de maneira saudável. Seus profissionais precisam driblar, às vezes diariamente, contratempos como assaltos e outras ameaças e, ainda assim, conseguem manter o bom humor e o tratamento cortês para com seus clientes de itinerário. O que aconteceu nesse fim de semana não mancha a credibilidade da categoria, mas a desonestidade registrada merece nota.
Eu e minha noiva queríamos sair um pouco do Plano Piloto para um passeio aprazível na Ermida Dom Bosco, um mirante que recompensa seus visitantes com uma vista magnífica da Capital Federal. Após um ótimo almoço com amigos, pegamos um táxi rumo ao destino. Mas algo estava estranho. Durante o percurso, o motorista perguntou duas vezes qual caminho seguir. Comecei a desconfiar. Afinal de contas, a Ermida é um ponto turístico clássico da cidade, cuja localização não deveria ser mistério para taxistas.
Após a segunda pergunta, minha noiva perguntou ao distinto cavalheiro se ele sabia onde estava indo. Soltou um muxoxo e cometeu o seu grande erro: parou em um posto de gasolina para buscar informações. O frentista advertiu que a direção estava errada e teríamos de retornar uns 5 km. Lembrando: estávamos na bandeira 2. Me irritei. Saquei da carteira uma quantidade de dinheiro que não correspondia à corrida, mas era mais do que ele merecia diante daquela situação. Bati a porta com força e ele seguiu seu caminho.
Analisando mais calmamente a desventura, cheguei a conclusão de que em certas profissões não podemos apelar para o benefício da dúvida. Se ela acontecer, nesses casos, as consequências podem ser desastrosas. Se eu tiver dúvidas sobre o que foi apurado na minha área, com certeza serei penalizado de alguma forma e deixarei algumas pessoas descontentes. Se eu sou cobrado por isso, então posso repassar essa mesma responsabilidade para os tentam me prejudicar. E tenho dito!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
4 horas de espera
Deu no Correio
As empresas de ônibus do Distrito Federal podem ser obrigadas a ampliar o atendimento do transporte público no período da madrugada. A cobrança foi oficializada por uma representação entregue nesta terça-feira ao Procurador-Geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra. O documento exige que as empresas de ônibus respeitem a Lei Distrital 877/95.
O tempo de espera, que atualmente pode chegar a 4 horas, terá de ser de, no máximo, 90 minutos.
Leia mais aqui
As empresas de ônibus do Distrito Federal podem ser obrigadas a ampliar o atendimento do transporte público no período da madrugada. A cobrança foi oficializada por uma representação entregue nesta terça-feira ao Procurador-Geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra. O documento exige que as empresas de ônibus respeitem a Lei Distrital 877/95.
O tempo de espera, que atualmente pode chegar a 4 horas, terá de ser de, no máximo, 90 minutos.
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segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Deve ser difícil entender
Dia desses estava conversando com um conhecido. Ele é pintoso (macho que é macho não chama homem de bonito), bem vestido, trabalha como analista no Tribunal de Contas da União onde ganha um excelente salário próximo dos 5 dígitos, mas não tem sorte com as mulheres. Com um perfil assim, o rapaz é bastante cobiçado por todo o tipo de mulher que você possa imaginar, mas parece que ter uma metade da laranja não faz parte dos seus planos.
O seu desinteresse em ter uma companheira fixa despertou uma série de especulações sobre sua sexualidade. Mas o papo que tive com ele revelou um temor que até se justifica: ele tem medo.
- Como é que alguém como eu vai poder ter uma namorada sem ter a certeza de que ela não está afim de mim apenas por dinheiro?
Assim é o resumo da vida passional de parte dos alto funcionários públicos de Brasília. A indepedência financeira traz insegurança afetiva.
O seu desinteresse em ter uma companheira fixa despertou uma série de especulações sobre sua sexualidade. Mas o papo que tive com ele revelou um temor que até se justifica: ele tem medo.
- Como é que alguém como eu vai poder ter uma namorada sem ter a certeza de que ela não está afim de mim apenas por dinheiro?
Assim é o resumo da vida passional de parte dos alto funcionários públicos de Brasília. A indepedência financeira traz insegurança afetiva.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Algumas notas sobre tudo o que aconteceu
Como faz mais de um mês que não posto nada aqui em função de muito trabalho (graças a Deus, pois alguém tem que trabalhar nesse país)segue um apanhado geral de alguns fatos.
1) As cigarras vieram com tudo esse ano. Barulho ensurdecedor, gotículas de fezes caindo em nossos rostos a todo instante, invasões nos apartamentos. Coloco essas criaturas no hall dos insetos desprezíveis junto com os pernilongos e as baratas.
2) Essa semana foi feriado para os servidores públicos. Na cidade dos concursos, essa efeméride é amplamente sentida. Coleguinhas encantaram-se com a facilidade de locomoção ao trabalho, pois as vias expressas estavam todas vazias. Estou me referindo a quase metade de uma população de 2 milhões de pessoas formada apenas por funcionários públicos. Deve ser o único lugar do mundo em que o trânsito flui melhor em função da folga de uma única categoria de trabalho.
3)Depois de algumas desventuras, tomei uma decisão: preciso me ausentar um pouco do Plano Piloto. Estou há mais de um ano aqui e conheço muito pouco das cidades satélites, pelo menos aquelas que valem a pena serem visitadas. E os pontos turísticos? Ermida Dom Bosco, Catetinho, Pirinópolis, Caldas Novas. São lugares que merecem uma visita e ando precisando de um bom banho de cachoeira.
4) Mudamos para uma quitinete. Não é o lugar mais adequado para um casal viver, especialmente para nós homens que adoramos espaço, mas até que ele é confortável dentro de algumas específicas expectativas. Adaptações precisam ser feitas, mas vamos vencer mais essa etapa.
1) As cigarras vieram com tudo esse ano. Barulho ensurdecedor, gotículas de fezes caindo em nossos rostos a todo instante, invasões nos apartamentos. Coloco essas criaturas no hall dos insetos desprezíveis junto com os pernilongos e as baratas.
2) Essa semana foi feriado para os servidores públicos. Na cidade dos concursos, essa efeméride é amplamente sentida. Coleguinhas encantaram-se com a facilidade de locomoção ao trabalho, pois as vias expressas estavam todas vazias. Estou me referindo a quase metade de uma população de 2 milhões de pessoas formada apenas por funcionários públicos. Deve ser o único lugar do mundo em que o trânsito flui melhor em função da folga de uma única categoria de trabalho.
3)Depois de algumas desventuras, tomei uma decisão: preciso me ausentar um pouco do Plano Piloto. Estou há mais de um ano aqui e conheço muito pouco das cidades satélites, pelo menos aquelas que valem a pena serem visitadas. E os pontos turísticos? Ermida Dom Bosco, Catetinho, Pirinópolis, Caldas Novas. São lugares que merecem uma visita e ando precisando de um bom banho de cachoeira.
4) Mudamos para uma quitinete. Não é o lugar mais adequado para um casal viver, especialmente para nós homens que adoramos espaço, mas até que ele é confortável dentro de algumas específicas expectativas. Adaptações precisam ser feitas, mas vamos vencer mais essa etapa.
sábado, 20 de setembro de 2008
De volta ao gueto
A minha experiência profissional como jornalista tem como grande escola o jornal Povo do Rio, considerado por muitos um veículo sensacionalista. Apesar de ter uma linha editorial bastante polêmica e mal vista pelos acadêmicos da comunicação, nos dias atuais, reconheça-se: há mais informação do que sangue em suas páginas, ainda que de vez em quando, surja uma foto ou manchete apelativa para manchar sua reputação.
Nos 6 meses em que trabalhei lá, cobrindo férias de um repórter e a licença-maternidade de uma outra colega, testemunhei os limites da aberração humana. Entrevistei assassinos, estupradores, ladrões, famílias destruídas. Cobri apenas um enterro, o de uma criança vítima de bala perdida no Morro do Turano, na Tijuca, aos 11 anos de idade. Na ocasião, confesso, não tive fôlego para segurar o choro. A comunidade seria uma das 5 favelas que subi nesse período. A rotina era muito parecida. Acompanhar as forças policiais, em especial o Bope, que desempenhavam operações de todo o tipo. Quando não era para estourar uma boca de fumo, era para desarticular uma quadrilha de roubo e desmanche de carros.
Essa sensação de risco tomou conta de mim ontem novamente. O Varjão é uma favela que fica no Lago Norte de Brasília e a sua existência é o resultado de anos de ocupação ilegal, principalmente por nordestinos, mineiros e goianos desempregados em busca de oportunidades na capital federal. Minha missão era escutar alguns moradores e suas expectativas em relação às políticas públicas que vão transformar essas áreas irregulares em terrenos legitimizados pelo GDF. Não era uma investigação policial, não era uma área de conflito armado generalizado. Eu iria apenas buscar personagens e conversar basicamente sobre problemas urbanos. Por alguns instantes, me senti de volta à zona de guerra. O que conferia alguma excentricidade ao episódio era o divertido taxista que me conduziu ao local e, talvez, por perceber a minha ansiedade tenha se esmerado em ser mais engraçado do que eu supunha ser com os seus clientes. Aos poucos minha alma foi se apaziguando e pude me inserir na realidade daquelas pessoas.
O Varjão ainda está caminhado para ser um local com os pré-requisitos básicos para lhe conferir elementos civilizatórios. Há segurança, uma rede elétrica pouco sofrível, as principais ruas foram asfaltadas, conjuntos habitacionais razoavelmente confortáveis foram construídos, porém há pobreza inegável ao redor. Ao entrevistar um dos moradores, aleijado em função de um atentado a tiro que sofreu há alguns anos, ele reclama de que o local carece de agências bancárias mais próximas. Mas logo se desanima com a possibilidade de serem assaltadas tão logo funcionem. Digo, em seguida, que no Rio elas funcionam sem problemas em locais como a Rocinha, até em função do aumento de moradores de classe média que lá habitam, protegidos por um código de ética do crime que proíbe roubos em áreas comerciais dentro das comunidades. O que ganho em resposta são olhos esbugalhados e um “é mesmo?”
Finda a entrevista, percebo vozes de crianças. Elas estavam brincando de luta com o taxista que se prontificou em me esperar. Recebo apertos de mão e sorrisos cansados de labuta em minha despedida. E saio do Varjão com uma estranha sensação de paz. No Rio, não era raro me ocupar de certa frustração. Às vezes invejava os meus coleguinhas da imprensa carioca que se ocupavam com tarefas menos beligerantes como entrevistar um gabaritado economista ou alguma autoridade municipal. Mas diante do que encontrei hoje, pude perceber o quanto sou sortudo. Não precisei de escolta policial, de colete à prova de balas. Não havia o perigo iminente de se estar em um tiroteio. Nem o fato de andar de táxi por ali representava um abuso da sorte. Resumindo: Nunca uma ida ao gueto foi tão reveladora.
Nos 6 meses em que trabalhei lá, cobrindo férias de um repórter e a licença-maternidade de uma outra colega, testemunhei os limites da aberração humana. Entrevistei assassinos, estupradores, ladrões, famílias destruídas. Cobri apenas um enterro, o de uma criança vítima de bala perdida no Morro do Turano, na Tijuca, aos 11 anos de idade. Na ocasião, confesso, não tive fôlego para segurar o choro. A comunidade seria uma das 5 favelas que subi nesse período. A rotina era muito parecida. Acompanhar as forças policiais, em especial o Bope, que desempenhavam operações de todo o tipo. Quando não era para estourar uma boca de fumo, era para desarticular uma quadrilha de roubo e desmanche de carros.
Essa sensação de risco tomou conta de mim ontem novamente. O Varjão é uma favela que fica no Lago Norte de Brasília e a sua existência é o resultado de anos de ocupação ilegal, principalmente por nordestinos, mineiros e goianos desempregados em busca de oportunidades na capital federal. Minha missão era escutar alguns moradores e suas expectativas em relação às políticas públicas que vão transformar essas áreas irregulares em terrenos legitimizados pelo GDF. Não era uma investigação policial, não era uma área de conflito armado generalizado. Eu iria apenas buscar personagens e conversar basicamente sobre problemas urbanos. Por alguns instantes, me senti de volta à zona de guerra. O que conferia alguma excentricidade ao episódio era o divertido taxista que me conduziu ao local e, talvez, por perceber a minha ansiedade tenha se esmerado em ser mais engraçado do que eu supunha ser com os seus clientes. Aos poucos minha alma foi se apaziguando e pude me inserir na realidade daquelas pessoas.
O Varjão ainda está caminhado para ser um local com os pré-requisitos básicos para lhe conferir elementos civilizatórios. Há segurança, uma rede elétrica pouco sofrível, as principais ruas foram asfaltadas, conjuntos habitacionais razoavelmente confortáveis foram construídos, porém há pobreza inegável ao redor. Ao entrevistar um dos moradores, aleijado em função de um atentado a tiro que sofreu há alguns anos, ele reclama de que o local carece de agências bancárias mais próximas. Mas logo se desanima com a possibilidade de serem assaltadas tão logo funcionem. Digo, em seguida, que no Rio elas funcionam sem problemas em locais como a Rocinha, até em função do aumento de moradores de classe média que lá habitam, protegidos por um código de ética do crime que proíbe roubos em áreas comerciais dentro das comunidades. O que ganho em resposta são olhos esbugalhados e um “é mesmo?”
Finda a entrevista, percebo vozes de crianças. Elas estavam brincando de luta com o taxista que se prontificou em me esperar. Recebo apertos de mão e sorrisos cansados de labuta em minha despedida. E saio do Varjão com uma estranha sensação de paz. No Rio, não era raro me ocupar de certa frustração. Às vezes invejava os meus coleguinhas da imprensa carioca que se ocupavam com tarefas menos beligerantes como entrevistar um gabaritado economista ou alguma autoridade municipal. Mas diante do que encontrei hoje, pude perceber o quanto sou sortudo. Não precisei de escolta policial, de colete à prova de balas. Não havia o perigo iminente de se estar em um tiroteio. Nem o fato de andar de táxi por ali representava um abuso da sorte. Resumindo: Nunca uma ida ao gueto foi tão reveladora.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Carne crua
Nosso grupo estava instalado em uma das mesas do Lapa Chopperia para relaxar um pouco da semana que parecia ter sido estressante para todos na roda. Uma das colegas pede espetinho de filé-mignon bem passado com molho vinagrete e farofa de ovo para acompanhar os drinquinhos. Meia hora depois, o garçom traz o pedido. Eis que surge a decepção. A carne estava mal passada. Nossa colega pacientemente pede que a carne seja bem passada, conforme o pedido anteriormente feito. Volta o prato para cozinha. Passa-se mais meia hora. O prato é novamente conduzido para a comensal. Eis nova decepção: carne novamente mal passada.
Depois de algumas gozações inevitáveis (com ela, com o garçom e com o lugar em si) uma terceira tentativa foi feita, só para no caso de algum insucesso, pudéssemos ter algum fato interessante para contar para os amigos. Ao trazer o prato, o garçom se certificou que, ao primeiro corte, a carne estaria de acordo com as condições pré-estabelecidas. Mas todas as esperanças foram por água abaixo quando denunciei a existência de sangue por debaixo do espetinho. Conclusão: filé-mignon mal passado pela terceira vez!!!!.
Após ser derrotada por essa saga, nossa colega não teve dúvidas. Pediu uma empada de frango.
sábado, 6 de setembro de 2008
E enquanto isso no horário eleitoral...
Aqui no DF como não há eleições municipais, a Globo está exibindo a minissérie JK para tapar o buraco da programação durante o horário eleitoral que vigora no resto do país.
E eu torcendo para que reprisassem Os Maias...
E eu torcendo para que reprisassem Os Maias...
Uma luz no fim do túnel
Voltando do trabalho, um pequeno alvoroço se faz notar na W3 Sul, uma das vias de acesso mais tumultuadas de Brasília. O ônibus tracejava alguns zigue-zagues para despistar o pequeno grupo que se manifestava durante o percurso. De repente, ouve-se barulhos de apitos e uma faixa é estendida para que todos percebam o que se trata. Um pequeno bando de ciclistas tentava, em corajosa demonstração de civilidade, conscientizar os cidadãos brasilienses de que carros e outros veículos automotores não precisam ser uma unanimidade burra, mesmo numa cidade onde automóveis são tão estupidamente endeusados e o transporte público repousa em seu eterno purgatório: usar a bicicleta preserva o meio ambiente, assim dizia a faixa.
Me senti emocionado. Vibrei com aquela iniciativa e não resisti. Ao me levantar de meu assento, demonstrei todo o meu entusiasmo e apoio. Um dos jovens se ergueu de sua bicicleta para apertar minha mão e bradar um “valeu irmão, pela força”. Foi a primeira vez nesses 15 meses morando aqui que percebi que há pessoas se organizando para provocar modificações nessa selva de concreto e asfalto. De que existe uma minoria disposta ao protesto por melhorias em uma cidade que pensava-se ser projetada para a ser a melhor.
Fui pra casa feliz.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Alguem pode me explicar?
Por que, cargas d'água, ninguém acende as luzes dos cinemas quando os filmes terminam? Será que não percebem que dessa forma dificulta a passagem dos pagantes? É economia de energia?
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Imprensa e interesse público
Semana passada um intenso debate ocorrido quarta-feira na sede da Imprensa Nacional, no Setor de Indústrias Gráficas, evidenciou os limites dos que defendem teses sob a ótica da retórica pura. De um lado, o gueto que exalta a volta de um jornalismo combativo, independente e sem as amarras comerciais que influenciam pautas e outros processos de produção jornalística. Do outro, os que assumem que a indústria midiática hegemônica tal como a conhecemos hoje veio para ficar, que dar as costas para o fato é negar o inevitável. Do lado do jornalismo combativo estava Alberto Dines (foto), produtor e apresentador do Observatório da Imprensa, da TV Brasil, um assumido militante do chamado Quarto Poder. Defendendo o jornalismo escancaradamente corporativista estava o editor de política do Correio Braziliense, Alon Feuerwerker.
O surrealismo do evento pode ser traduzido na origem do assunto em pauta e seus desdobramentos. È o ano de comemoração dos 200 anos da Imprensa Brasileira que confere sua gênese na criação do próprio Correio, por Hipólito José da Costa em 1º de junho de 1808. Dines, sempre fiel ao seu panfletarismo, teceu loas às idéias liberais de seu fundador, notório por defender a emancipação territorial da Coroa Portuguesa. A ressonância do discurso se manisfestou de forma eficaz perante as quase duas centenas de alunos e profissionais recém-formados presentes no auditório. Mas o pragmatismo acadêmico que até encontrou bons momentos como na defesa em se instituir cursos de História do Jornalismo nas faculdades, não se solidificou. Ao proferir aos quatros cantos que “o lucro é bom, mas não é tudo”, mal sabia Dines que os arautos da produção de necessidades informacionais atrelados aos interesses do vil metal estavam esperando o momento certo para contra-atacarem.
O discurso encontrou seus pés de barro. Na contramão da ideologia nacionalista-patriótica que antes orientava o leme do Correio, o editor de política Alon nos devolveu o senso de realidade dessa nova geração da imprensa do Planalto Central e que se reflete mundialmente. Em outras palavras, a indústria jornalística de modelo fordista, que não encontra tempo para reflexões em suas estruturas narrativas e apenas recorre à transmissão maciça dos fatos propriamente ditos e tendeciosamente adequados aos interesses capitalistas continuará em seu modelo vigente.
O público assistiu, apalermado, duas defesas apaixonadas de dois universos paralelos que fizeram parte de um mesmo jornal. Um apenas anulou as idéias do outro. Sem vencedores, mas ainda assim atores principais de um debate antológico.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Pequena honra
Um texto assinado por este escriba sobre blogs jornalísticos, escrito em setembro de 2005, serviu como fonte de pesquisa para uma aluna do curso de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
Quem quiser ler a íntegra do belo trabalho pode acessar clicando AQUI Sou citado na página 7.
Quem quiser ler a íntegra do meu artigo basta clicar AQUI
Quem quiser ler a íntegra do belo trabalho pode acessar clicando AQUI Sou citado na página 7.
Quem quiser ler a íntegra do meu artigo basta clicar AQUI
Era pra ser uma coisa, acabou virando outra
Propaganda televisiva local mostra um sujeito num ponto de ônibus. Parece esperar a sua condução. Demora, demora, demora. Ele dorme, reconforta-se em outras posições mais aconchegantes para que a expectativa seja menos torturante. Outros transeuntes chegam e partem para seus destinos, exceto o pobre sujeito. Seria essa uma crítica sobre o péssimo sistema de transporte público do DF? Que nada. Era propaganda da Ótica Diniz.
O sujeito não é vítima de uma espera interminável em função da distribuição desigual de ônibus que todos os dias martiriza dezenas de milhares de trabalhadores candangos. Ele apenas tem dificuldade de ler as placas por causa de uma miopia. E assim termina o comercial.
Uma pena.
O sujeito não é vítima de uma espera interminável em função da distribuição desigual de ônibus que todos os dias martiriza dezenas de milhares de trabalhadores candangos. Ele apenas tem dificuldade de ler as placas por causa de uma miopia. E assim termina o comercial.
Uma pena.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
O homem agora tem blog!
Deu hoje no Blog do Noblat. O delegado da PF, Protógenes Queiróz, o todo-poderoso comandante da Operação Satiagraha, mandado "estudar" em outras paragens para que os banqueiros continuem fazendo sua honesta lavagem de dinheiro em paz, agora tem o seu próprio canal de comunicação na blogosfera.
Acessando http://blogdoprotogenes.com.br/ descobre-se, entre outras coisas, a lista com todos os criativos nomes das operações mais famosas da PF nos últimos anos.
Operações de destaque:
Ano de 1999 - OPERACAO SERINGUEIRA, prisao da organizacao criminosa comandada por HILDEBRANDO PASCOAL e outros, lavangem de dinheiro por narcotrafico e envolvimento com as FARCS;
Ano de 2000/2001 OPERACAO MACUCO repressao a crimes de lavagem de dinheiro, evasao de divisas e sonegacao fiscal, por meio de contas CC5, envolvendo BANESTADO e outros na triplice fronteira - Foz do Iguacu, Paraguai e Argentina, recuperacao de 1,5 bilhao e meio de dolares aproximadamente inscrito junto a Receita Federal e mais de 5 milhoes de reais apreendidos;
Ano de 2002 OPERACAO PANDORA prisao por corrupcao e extorsao de ARMANDO MELAO ( ex-Presidente da Camara Municipal da Cidade de Sao Paulo na gestao CELSO PITTA) - tentou obstruir os trabalhos da CPI do BANESTADO DA CAMARA DOS DEPUTADOS;
Ano 2003 OPERACAO CHARADA que desmantelou um grupo que mantinha Cds de gravacoes clandestinas sendo vitima o SECRETARIO DA RECEITA FEDERAL Jorge Rachid;
Ano de 2001/2006 OPERACOES SHOGUN, CAPELA, NETUNO e CREPUSCULO, prisao do maior contrabandista da America Latina - LAW KIN CHONG e de sua organizacao criminosa, por corrupcao, crimes financeiros, lavagem de dinheiro sonegacao fiscal - tentou obstruir os trabalhos da CPI DA PIRATARIA DA CAMARA DOS DEPUTADOS; OPERACAO ESPECTRO, prisao de um estelionatario ALEXANDRE MAGERO (vulgo Mutly), que tentou extorquir dinheiro do EMBAIXADOR AMERICANO NO BRASIL, PROCURADORIA DA REPUBLICA EM SAO PAULO (Dr. PEDRO BARBOSA) e outras autoridades;
Ano de 2002/2006 ” OPERACAO HERCULES 12″ (os dose trabalhos de Hercules) prisao do ex-Prefeito e ex-Governador da cidade de Sao Paulo PAULO MALUF, o filho FLAVIO MALUF, o doleiro VIVALDO ALVES e o indiciamento do ex-Prefeito CELSO PITTA por indicios de lavagem de dinheiro, sonegacao fiscal e evasao de divisas; OPERACAO MAFIA DO APITO, prisao por corrupcao, lavagem de dinheiro e sonegacao fiscal dos arbitros (FIFA) de futebol EDILSON PEREIRA DE CARVALHO e PAULO DANELON;
Ano de 2006 OPERACAO PERESTROIKA, prisao da organizacao criminosa comandada pelo mafioso Russo BORIS BEREZOVISKI ( Elian Platum), KIA JARABOKIAN, NOJAN BEDRUD e outros, por indicios de crimes de lavagem de dinheiro, sonegacao fiscal e formacao de quadrilha em que envolveu a empresa MSI e o CLUBE CORINHTIANS, o Presidente ALBERTO DUALIBI e outros;
Ano de 2004/2008 OPERACAO SATIAGRAHA, prisao de duas organizacoes criminosas comandada por DANIEL DANTAS, NAJI NAHAS, e o ex-prefeito da cidade de Sao Paulo CELSO PITTA e outros, por indicios de crimes de corrupacao, lavagem de dinheiro, financeiros, sonegacao fiscal e formacao de quadrilha.
Acessando http://blogdoprotogenes.com.br/ descobre-se, entre outras coisas, a lista com todos os criativos nomes das operações mais famosas da PF nos últimos anos.
Operações de destaque:
Ano de 1999 - OPERACAO SERINGUEIRA, prisao da organizacao criminosa comandada por HILDEBRANDO PASCOAL e outros, lavangem de dinheiro por narcotrafico e envolvimento com as FARCS;
Ano de 2000/2001 OPERACAO MACUCO repressao a crimes de lavagem de dinheiro, evasao de divisas e sonegacao fiscal, por meio de contas CC5, envolvendo BANESTADO e outros na triplice fronteira - Foz do Iguacu, Paraguai e Argentina, recuperacao de 1,5 bilhao e meio de dolares aproximadamente inscrito junto a Receita Federal e mais de 5 milhoes de reais apreendidos;
Ano de 2002 OPERACAO PANDORA prisao por corrupcao e extorsao de ARMANDO MELAO ( ex-Presidente da Camara Municipal da Cidade de Sao Paulo na gestao CELSO PITTA) - tentou obstruir os trabalhos da CPI do BANESTADO DA CAMARA DOS DEPUTADOS;
Ano 2003 OPERACAO CHARADA que desmantelou um grupo que mantinha Cds de gravacoes clandestinas sendo vitima o SECRETARIO DA RECEITA FEDERAL Jorge Rachid;
Ano de 2001/2006 OPERACOES SHOGUN, CAPELA, NETUNO e CREPUSCULO, prisao do maior contrabandista da America Latina - LAW KIN CHONG e de sua organizacao criminosa, por corrupcao, crimes financeiros, lavagem de dinheiro sonegacao fiscal - tentou obstruir os trabalhos da CPI DA PIRATARIA DA CAMARA DOS DEPUTADOS; OPERACAO ESPECTRO, prisao de um estelionatario ALEXANDRE MAGERO (vulgo Mutly), que tentou extorquir dinheiro do EMBAIXADOR AMERICANO NO BRASIL, PROCURADORIA DA REPUBLICA EM SAO PAULO (Dr. PEDRO BARBOSA) e outras autoridades;
Ano de 2002/2006 ” OPERACAO HERCULES 12″ (os dose trabalhos de Hercules) prisao do ex-Prefeito e ex-Governador da cidade de Sao Paulo PAULO MALUF, o filho FLAVIO MALUF, o doleiro VIVALDO ALVES e o indiciamento do ex-Prefeito CELSO PITTA por indicios de lavagem de dinheiro, sonegacao fiscal e evasao de divisas; OPERACAO MAFIA DO APITO, prisao por corrupcao, lavagem de dinheiro e sonegacao fiscal dos arbitros (FIFA) de futebol EDILSON PEREIRA DE CARVALHO e PAULO DANELON;
Ano de 2006 OPERACAO PERESTROIKA, prisao da organizacao criminosa comandada pelo mafioso Russo BORIS BEREZOVISKI ( Elian Platum), KIA JARABOKIAN, NOJAN BEDRUD e outros, por indicios de crimes de lavagem de dinheiro, sonegacao fiscal e formacao de quadrilha em que envolveu a empresa MSI e o CLUBE CORINHTIANS, o Presidente ALBERTO DUALIBI e outros;
Ano de 2004/2008 OPERACAO SATIAGRAHA, prisao de duas organizacoes criminosas comandada por DANIEL DANTAS, NAJI NAHAS, e o ex-prefeito da cidade de Sao Paulo CELSO PITTA e outros, por indicios de crimes de corrupacao, lavagem de dinheiro, financeiros, sonegacao fiscal e formacao de quadrilha.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Sei não...
Finalzinho de uma quilométrica entrevista do jornalista Ricardo Kotscho com o secretário de Comunicação do governo, Franklin Martins, feita no mês passado para o site IG:
iG – Onde você pretende morar depois que sair do governo?
FM – Há 21 anos estou em Brasília. Eu quero continuar aqui. Eu gosto muito de Brasília.
iG – É raro alguém falar isso.
FM – Em geral, é gente que não mora em Brasília. É quem vem de fora e fica em hotel. Quem mora há muito tempo aqui, gosta de Brasília.
Sinceramente...há controvérsias...Só se for depois de MUITO tempo mesmo...
iG – Onde você pretende morar depois que sair do governo?
FM – Há 21 anos estou em Brasília. Eu quero continuar aqui. Eu gosto muito de Brasília.
iG – É raro alguém falar isso.
FM – Em geral, é gente que não mora em Brasília. É quem vem de fora e fica em hotel. Quem mora há muito tempo aqui, gosta de Brasília.
Sinceramente...há controvérsias...Só se for depois de MUITO tempo mesmo...
domingo, 20 de julho de 2008
Ação entre amigos
Em Brasília, funciona há várias semanas a versão local da famigerada comunidade do Orkut “Corrente do Goró”. Para quem esteve em estado de hibernação em Marte, essa comunidade é uma mistura de prestação de serviços (como a denúncia de blitze em locais próximos de bares e restaurantes) e central de informações para os motoristas incautos que insistem em beber nesses tempos de Lei Seca.
Bom para a civilidade do trânsito, mas ruim para aqueles que precisam se submeter a uma lei rígida por causa da irresponsabilidade de meia-dúzia. Os que pensam dessa forma, se organizaram numa velocidade impressionante, chegando ao ápice de construir uma espécie de “manual de comportamento” (leia abaixo em negrito) caso haja o flagrante de consumo de álcool pelas autoridades, ainda que de forma moderada.
Outros, na ânsia de legitimizar o seu direito de beber (vale lembrar, de forma moderada) e dirigir, até pesquisaram brechas na legislação que enfraquecem essa intervenção do Estado qualificando tais atos preventivos como uma arbitrariedade!!!
Que bom seria se o brasileiro pudesse se mobilizar com tanto empenho em outras tantas causas mais edificantes do que isso como acesso à educação, leis mais severas contra a corrupção, etc etc,etc.
Foi pego na Blitz? O que fazer?
SE ESTIVER COMPLETAMENTE EMBRIAGADO:
Você está errado em conduzir um veículo, colocando em risco bens materiais e o maior bem de todos; a vida.
Caso contrário, tendo bebido de forma ponderada, sem que apresente vestígios visuais:
1 - NEGUE-SE a fazer o Teste do bafômetro. (Você não é obrigado - É inconstitucional)
2 - Caso seja detido e encaminhado à Delegacia, vá.
3 - Vá comendo algo, bebendo água, e fazendo com que demore mais tempo até sua chegada à Delegacia.
4 - Chegando lá, será encaminhado ao IML pelo Delegado de polícia.
5 - No IML, será encaminhado a um médico, onde o mesmo pedirá que faça exame.
6 - NEGUE o exame e fique calado do início ao fim da detenção. Finja-se de mudo.
7 - Provavelmente seu laudo sairá negativo para embriaguêz (sic), que é o que mais acontece.
8 - Caso o condutor lhe aplique multa, pegue o laudo médico com resultado negativo para embriaguêz (sic) e recorra posteriormente para retirada da multa.
9 - Após a retirada da multa, entre com uma ação por danos morais. (Eu pediria em torno de R$10.000,00)
(Inconstitucionalidade, atentado contra o direito individual, ferindo o principio da ampla defesa)
http://heliomario.wordpress.com/2008/07/11/salvo-conduto-para-quem-bebe-habeas-corpus-preventivo/
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Um pouco de meio ambiente
Não existe nada mais fascinante no jornalismo do que ir além da mera produção de informações. Filtrar diversas formas de absorção sobre o que se pesquisou, entrevistou, escreveu e aplicá-las no cotidiano e, quem sabe, desenvolver pequenas ou grandes consciências. Essa, com certeza, é uma das dádivas que a profissão me oferece. Digo isso, pois estou preparando uma reportagem sobre um tema do qual todos falam, mas nunca desenvolvi uma opinião detalhada sobre o assunto: meio ambiente. Eis, portanto, a minha chance de reparar esse erro e exemplificar com fatos como estou fazendo a minha parte.
A reportagem em questão envolve a produção de petróleo e seu uso desordenado como combustível fóssil que influenciou as mudanças climáticas e o aquecimento global que presenciamos, entre outras consequências. Ela vai estar estampada nas páginas da Revista da ADB (Associação dos Diplomatas Brasileiros) uma secretaria de estado vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. Para mim, a melhor revista produzida pela agência. A temática apresentada em suas pautas nunca é simples e demanda muita pesquisa, leitura atenta, especialmente às deliciosas contradições em que certos posicionamentos ideológicos se sustentam. E o meio ambiente é um ótimo celeiro de contradições, ainda mais quando envolvem questões políticas e econômicas e, nesse caso, diplomáticas.
Para início de conversa, o meio ambiente como o conhecemos hoje não envolve somente a preservação de florestas (tema que vou enfocar logo mais). Está, atualmente, disseminado em quase todos os escalões do comportamento e conhecimento humanos: geração de empregos, produção de energia, alimentação, tecnologia, consumo, exclusão social, moda, educação, cultura, políticas públicas, economia, relações internacionais, esportes. Tudo o que se produz nesses campos citados vai ter, de alguma forma, um impacto minimamente ambiental em nosso modo de vida.
O tema se tornou tão abrangente que até os meios de comunicação estão massificando a importância em se discutí-lo. Várias publicações impressas têm preparado suplementos especiais e cadernos específicos. A internet, então, nem se fala. Diversos sites (os meus favoritos estão disponibilizados logo abaixo) que surgiram na grande rede são editados por jornalistas que se especializaram na área, além de ter os seus conteúdos alimentados por artigos e estudos desenvolvidos por inúmeros especialistas. Aliás, profissionais como biólogos, ambientalistas e cientistas nunca estiveram tão em moda.
Para se ter uma idéia do quão alarmantes são os questionamentos sobre meio ambiente e como eles se apresentam para a coletividade, o mundo esteve seriamente atento ao perfil do novo ministro do meio ambiente, Carlos Minc. Além de exercer um papel fundamental como um dos gestores políticos da Amazônia, suas considerações acerca dos índices de desmatamento da floresta, da implementação de incentivos à produção de biocombustíveis, em especial o etanol à base de cana-de-açúcar (da qual comentários pertinentes direcionam o país como uma potência industrial na área dentro em breve), entre outras considerações à pasta, ecoaram pelos quatro cantos do globo e serviram de matéria-prima para a interpretação de centenas de analistas de diversas áreas.
Ainda que a imprensa o qualifique como fanfarrão e espalhafatoso, o ex-secretário estadual de meio ambiente do Rio de Janeiro tem um histórico bastante atuante em sua gestão. É dele, por exemplo, a iniciativa de se assinar convênios com a prefeitura de Niterói e a fundação Santa Cabrini (uma entidade assistencial) para aproveitar a mão-de-obra de presos com bom comportamento em trabalhos de reflorestamento de encostas, proporcionando-lhes renda honesta e ressociabilização. Um projeto que poderia ser estendido para todo o país.
Entretanto, uma dor de cabeça que ainda vai se notabilizar na têmpora de Minc e de outras pastas ministeriais, como a da Justiça e do Trabalho, diz respeito a essa dicotomia trabalho/desenvolvimento econômico via biocombustíveis: os bóias-frias. Se mecanizar as lavouras de cana para a produção do etanol, haverá milhares de desempregados. Se o governo os mantiver, uma série de violações humanitárias e trabalhistas terão de ser revistas. Ninguém hoje em dia quer ser comparado à China nesses quesitos. Mas isso é uma outra história.
Voltando à reportagem. Escrevo essas palavras e ela ainda está no início. Tempo suficiente para se descobrir que num passado não muito distante, nos rebeldes anos 70,foi elaborado um dos primeiros grandes estudos sobre meio ambiente, ironicamente instituído por um industrial italiano que reuniu outras lideranças empresariais interessadas em se discutir o futuro da civilização humana. Esse conglomerado de personas tão influentes ficaria conhecido posteriormente como o Clube de Roma. Em 1972, o Clube subsidiou o patrocínio de um batalhão de pesquisadores vindos do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Esse trabalho em conjunto, que durou cerca de dois anos, resultou no mais detalhado relatório sobre os problemas mundiais de então que originariam o livro Limits of Grow (Os Limites do Crescimento em inglês), uma espécie de pai do Protocolo de Kyoto, que vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre ambiente mais vendido da história. Pela primeira vez questões como industrialização acelerada, rápido crescimento demográfico, escassez de alimentos, esgotamento de recursos não renováveis, entre outras, que antes eram debatidos somente dentro dos círculos acadêmicos foram levados a quem mais interessava: o resto da humanidade.
De lá pra cá muita coisa mudou. Hábitos, conceitos e comportamentos precisaram ser mudados. O que antes era a solução, transformou-se em vilão, a exemplo do plástico. Para salvar o planeta, precisou-se convencer os empresários de que investir em meio ambiente pode ser um excelente negócio.A Amazônia, que deveria ser um eterno santuário imaculado, tem a sua preservação repensada de forma que possamos “crescer com sustentabilidade”. Essa discussão surgiu graças à uma matéria bombástica da revista The Economist, no início de junho, que nutria uma teoria polêmica sobre a internacionalização da Amazônia.
Em princípio, (antes de mais nada, a teoria não é da revista e, sim, de um lobby internacional defendido por ela) o Brasil não poderia, sozinho, administrar a preservação da floresta devido a frouxidão de sua política interna que não impede, por exemplo, o crescimento da expansão pecuária e da grilagem de terra. O governo rebate dizendo que cria áreas de conservação. Elas foram amplamente desmitificadas em um esclarecedor artigo escrito pelo jornalista Ricardo Kotscho, em sua coluna no IG, que dentre outros petardos afirma que “tudo muito bem, tudo muito bonito, mas quem vai fiscalizar estas unidades de conservação, se as atuais tropas do Incra e do Ibama já não dão conta de cuidar das dezenas de áreas igualmente já protegidas por decreto?”
Ao meu ver e, finalmente, para fechar esse gigantesco post, digo que é preciso se criar um programa em que haja uma exploração consciente da Amazônia, de forma que se priorize, entre outras questões, o sustento de quase 20 milhões de pessoas que habitam a região. A preservação pela preservação me parece um argumento purista demais para ser sustentado quando se depara com as centenas de possibilidades, principalmente no que concerne a avanços científicos na medicina, que a floresta pode proporcionar. O que já se devastou é praticamente impossível de reverter, mas nem por isso defendo aqui a institucionalização das queimadas. Mas é evidente que a simples fiscalização pelos órgãos governamentais brasileiros é extremamente falha e corrupta, gerando, por meios escusos, a degradação ecológica que tanto se quer evitar.
Internacionalizar também é um argumento um tanto perigoso de se defender, já que se for lotear uma gleba de terra para os EUA, por exemplo, que garantias teremos que haja um compartilhamento de benefícios para todos? Somente pelo fato deles deterem uma tecnologia superior a nossa e subsidiarmos a matéria-prima?
Por enquanto, é melhor continuarmos tecendo as nossas ações individuais. Comece, lendo alguns dos sites que recomendo e se informando. Você recicla lixo? Poupa energia elétrica e água? Prioriza meios não poluentes de transporte? Ótimo. Você já está na onda.
Artigos, estudos, legislação, eventos, etc.
Ambiente Brasil
WWF
Para se informar sobre reciclagem
Reportagens
A reportagem em questão envolve a produção de petróleo e seu uso desordenado como combustível fóssil que influenciou as mudanças climáticas e o aquecimento global que presenciamos, entre outras consequências. Ela vai estar estampada nas páginas da Revista da ADB (Associação dos Diplomatas Brasileiros) uma secretaria de estado vinculada ao Ministério das Relações Exteriores. Para mim, a melhor revista produzida pela agência. A temática apresentada em suas pautas nunca é simples e demanda muita pesquisa, leitura atenta, especialmente às deliciosas contradições em que certos posicionamentos ideológicos se sustentam. E o meio ambiente é um ótimo celeiro de contradições, ainda mais quando envolvem questões políticas e econômicas e, nesse caso, diplomáticas.
Para início de conversa, o meio ambiente como o conhecemos hoje não envolve somente a preservação de florestas (tema que vou enfocar logo mais). Está, atualmente, disseminado em quase todos os escalões do comportamento e conhecimento humanos: geração de empregos, produção de energia, alimentação, tecnologia, consumo, exclusão social, moda, educação, cultura, políticas públicas, economia, relações internacionais, esportes. Tudo o que se produz nesses campos citados vai ter, de alguma forma, um impacto minimamente ambiental em nosso modo de vida.
O tema se tornou tão abrangente que até os meios de comunicação estão massificando a importância em se discutí-lo. Várias publicações impressas têm preparado suplementos especiais e cadernos específicos. A internet, então, nem se fala. Diversos sites (os meus favoritos estão disponibilizados logo abaixo) que surgiram na grande rede são editados por jornalistas que se especializaram na área, além de ter os seus conteúdos alimentados por artigos e estudos desenvolvidos por inúmeros especialistas. Aliás, profissionais como biólogos, ambientalistas e cientistas nunca estiveram tão em moda.
Para se ter uma idéia do quão alarmantes são os questionamentos sobre meio ambiente e como eles se apresentam para a coletividade, o mundo esteve seriamente atento ao perfil do novo ministro do meio ambiente, Carlos Minc. Além de exercer um papel fundamental como um dos gestores políticos da Amazônia, suas considerações acerca dos índices de desmatamento da floresta, da implementação de incentivos à produção de biocombustíveis, em especial o etanol à base de cana-de-açúcar (da qual comentários pertinentes direcionam o país como uma potência industrial na área dentro em breve), entre outras considerações à pasta, ecoaram pelos quatro cantos do globo e serviram de matéria-prima para a interpretação de centenas de analistas de diversas áreas.
Ainda que a imprensa o qualifique como fanfarrão e espalhafatoso, o ex-secretário estadual de meio ambiente do Rio de Janeiro tem um histórico bastante atuante em sua gestão. É dele, por exemplo, a iniciativa de se assinar convênios com a prefeitura de Niterói e a fundação Santa Cabrini (uma entidade assistencial) para aproveitar a mão-de-obra de presos com bom comportamento em trabalhos de reflorestamento de encostas, proporcionando-lhes renda honesta e ressociabilização. Um projeto que poderia ser estendido para todo o país.
Entretanto, uma dor de cabeça que ainda vai se notabilizar na têmpora de Minc e de outras pastas ministeriais, como a da Justiça e do Trabalho, diz respeito a essa dicotomia trabalho/desenvolvimento econômico via biocombustíveis: os bóias-frias. Se mecanizar as lavouras de cana para a produção do etanol, haverá milhares de desempregados. Se o governo os mantiver, uma série de violações humanitárias e trabalhistas terão de ser revistas. Ninguém hoje em dia quer ser comparado à China nesses quesitos. Mas isso é uma outra história.
Voltando à reportagem. Escrevo essas palavras e ela ainda está no início. Tempo suficiente para se descobrir que num passado não muito distante, nos rebeldes anos 70,foi elaborado um dos primeiros grandes estudos sobre meio ambiente, ironicamente instituído por um industrial italiano que reuniu outras lideranças empresariais interessadas em se discutir o futuro da civilização humana. Esse conglomerado de personas tão influentes ficaria conhecido posteriormente como o Clube de Roma. Em 1972, o Clube subsidiou o patrocínio de um batalhão de pesquisadores vindos do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Esse trabalho em conjunto, que durou cerca de dois anos, resultou no mais detalhado relatório sobre os problemas mundiais de então que originariam o livro Limits of Grow (Os Limites do Crescimento em inglês), uma espécie de pai do Protocolo de Kyoto, que vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre ambiente mais vendido da história. Pela primeira vez questões como industrialização acelerada, rápido crescimento demográfico, escassez de alimentos, esgotamento de recursos não renováveis, entre outras, que antes eram debatidos somente dentro dos círculos acadêmicos foram levados a quem mais interessava: o resto da humanidade.
De lá pra cá muita coisa mudou. Hábitos, conceitos e comportamentos precisaram ser mudados. O que antes era a solução, transformou-se em vilão, a exemplo do plástico. Para salvar o planeta, precisou-se convencer os empresários de que investir em meio ambiente pode ser um excelente negócio.A Amazônia, que deveria ser um eterno santuário imaculado, tem a sua preservação repensada de forma que possamos “crescer com sustentabilidade”. Essa discussão surgiu graças à uma matéria bombástica da revista The Economist, no início de junho, que nutria uma teoria polêmica sobre a internacionalização da Amazônia.
Em princípio, (antes de mais nada, a teoria não é da revista e, sim, de um lobby internacional defendido por ela) o Brasil não poderia, sozinho, administrar a preservação da floresta devido a frouxidão de sua política interna que não impede, por exemplo, o crescimento da expansão pecuária e da grilagem de terra. O governo rebate dizendo que cria áreas de conservação. Elas foram amplamente desmitificadas em um esclarecedor artigo escrito pelo jornalista Ricardo Kotscho, em sua coluna no IG, que dentre outros petardos afirma que “tudo muito bem, tudo muito bonito, mas quem vai fiscalizar estas unidades de conservação, se as atuais tropas do Incra e do Ibama já não dão conta de cuidar das dezenas de áreas igualmente já protegidas por decreto?”
Ao meu ver e, finalmente, para fechar esse gigantesco post, digo que é preciso se criar um programa em que haja uma exploração consciente da Amazônia, de forma que se priorize, entre outras questões, o sustento de quase 20 milhões de pessoas que habitam a região. A preservação pela preservação me parece um argumento purista demais para ser sustentado quando se depara com as centenas de possibilidades, principalmente no que concerne a avanços científicos na medicina, que a floresta pode proporcionar. O que já se devastou é praticamente impossível de reverter, mas nem por isso defendo aqui a institucionalização das queimadas. Mas é evidente que a simples fiscalização pelos órgãos governamentais brasileiros é extremamente falha e corrupta, gerando, por meios escusos, a degradação ecológica que tanto se quer evitar.
Internacionalizar também é um argumento um tanto perigoso de se defender, já que se for lotear uma gleba de terra para os EUA, por exemplo, que garantias teremos que haja um compartilhamento de benefícios para todos? Somente pelo fato deles deterem uma tecnologia superior a nossa e subsidiarmos a matéria-prima?
Por enquanto, é melhor continuarmos tecendo as nossas ações individuais. Comece, lendo alguns dos sites que recomendo e se informando. Você recicla lixo? Poupa energia elétrica e água? Prioriza meios não poluentes de transporte? Ótimo. Você já está na onda.
Artigos, estudos, legislação, eventos, etc.
Ambiente Brasil
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Reportagens
domingo, 15 de junho de 2008
Vítima da circunstância
Semana passada tive de assistir a um seminário sobre trânsito para ajudar no desenvolvimento de um projeto de assessoria de imprensa para um novo cliente da agência. O evento era muito bem-vindo, já que reuniria quase duas dezenas de especialistas entre engenheiros de tráfego, autoridades de órgãos federais de trânsito, policiais rodoviários e jornalistas que costumam cobrir a área. Todos dispostos a discutir o presente e o futuro dos meios de transporte público no DF que estão em vias de entrar em colapso.
Fui, então, ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães para fazer a inscrição e me credenciar. Finda essa tarefa, solicitei um táxi por telefone para me levar de volta ao trabalho que fica na Asa Norte. A mocinha que agenda os clientes perguntou, do outro lado da linha, se eu estava próximo “às bolas coloridas”. Como tinha informado com precisão o local onde estava, respondi que não tinha visto nenhuma bola colorida, mas que estaria perto delas para que a referência utilizada facilitasse a minha localização e, enfim, o motorista me pegasse.
Comecei a ficar preocupado quando depois de perguntar para 3 pessoas, escutar respostas negativas sobre a existência dessas tais “bolas coloridas”. Um segurança ainda me orientou a verificar se elas não estavam do outro lado do pavilhão. Liguei de novo e expliquei a confusão:
Moça: Mas qual o número que o senhor disse?
Eu: 3349...
Moça: Onde o senhor disse que estava?
Eu: No Centro de Convenções Ulysses Guimarães, mas não tem nenhuma bola colorida por aqui.
(silêncio no outro lado da linha)
Eu: Alô?
Moça: Senhor, o táxi foi mandado para o Memorial JK. (detalhe: Uns 2,5km de onde estava)
Eu: Sim, mas eu disse a você que estava no Centro de Convenções Ulysses Guimarães... (comecei a respirar fundo)
Moça: Eu vou estar mandando um outro táxi para o senhor. Aonde o senhor se encontra?
Eu: Estou no estacionamento
Moça: Mas ele fica em qual lado?
Eu: Eu acho que fica atrás do Centro.
Moça: Atrás como, senhor?
Eu: (já começando a contar até 74) Querida, tem um monte de carro parado aqui atrás. Já viu estacionamento com carros em movimento? Só os que estão saindo dele. Portanto, deve ser aqui que se localiza o estacionamento.
Moça: ...er...senhor. O senhor pode dar uma descrição do senhor para que o motorista pudesse estar localizando (sic) o senhor?
(após dar a discrição completa de como estava vestido, ainda emendei:)
Eu: Também tenho uma pinta no dedo mindinho da mão esquerda, se isso ajudar.
Moça: Já estou mandado senhor. Tenha um bom dia.
Pensa que acabou?
Quinze minutos se passaram e nada do táxi. A moça havia dito que ele chegaria em 5. Liguei de novo:
Eu: Liguei há pouco pedindo um táxi aqui para o Centro de Convenções...
Moça:...Mas eu já mandei um Siena prata te buscar. Ele ainda não veio?
Eu: Não...você pode me mandar outro?
Moça: Posso. Qual é o número que o senhor disse mesmo?
Eu: 3349...
Moça: Vai estar aí em 10 minutos
Eu: Foi o que você disse da última vez.
Moça: Tenha um bom dia...
Pensa que acabou?
O táxi novamente não veio no tempo previsto e confesso que estava pensando em pegar um ônibus (esqueci de mencionar que a agência tem um convênio através de vausher e eu não tinha dinheiro o suficiente para pegar outro e tampouco existia um banco nas proximidades.)Um outro taxista que estava ali por perto veio conversar comigo:
Taxista: Eu estou percebendo o seu drama. Por que você não diz que está indo para o Aeroporto?
Eu: Como assim?
Taxista: Se você disser isso, eles vêm rapidinho. Faz isso!
Eu: O que eu tenho a perder, né?
Liguei e solicitei o táxi. Disse que estava a caminho do aeroporto. Informei ainda que estava com pressa, pois estava "em cima da hora para pegar o meu vôo":
Moça: Você é o senhor que está no Centro de Convenções, né?
Eu: Sou
Moça: Ele já vai estar chegando aí em 5 minutos
Eu: Tá...
Em menos de 5 minutos aparece um táxi. Às pressas. Mal o veículo estaciona e o motorista põe a cabeça pra fora.
Taxista: Você que é o Fabio?
Eu: Sim, o próprio.
Taxista: Você está indo para o aeroporto?
Eu: Não.Estou indo para a Asa Norte. A moça deve ter se enganado...
quarta-feira, 4 de junho de 2008
O arraiarrr da federarrr
Esse ano promete. A Igreja de Santa Cruz que fica na 904 Sul, ali na W5, vai ter uma barraquinha especial para as festividades juninas que se aproximam. Diversos artigos apreendidos pela Receita Federal em várias operações foram doados para a paróquia e serão rifados. O burburinho é geral, mas o pároco José Ailton não revela nem sob tortura o que será vendido.
- Vão ter que ir lá pra conferir.- diz.
- Vão ter que ir lá pra conferir.- diz.
terça-feira, 27 de maio de 2008
Quem não se comunica...
Nada como estar imerso na cultura de sua nova cidade. Às vésperas de completar um ano aqui, percebi que Brasília tem a sua babel de gírias, advindas de lugares como Minas e Bahia .Mas o que se pode constatar é que a maioria delas é uma adaptação de tantos outros regionalismos incorporados à Capital Federal. São poucas e talvez não traduzam a sua totalidade, mas as expressões abaixo são as mais usadas por aqui. Elas foram devidamente acompanhadas de suas respectivas “traduções” para o carioquês.
Divirtam-se
De boa: Resposta geralmente associada à uma satisfação dada.
Exemplo:“-Desculpa ter chegado atrasado à sua festa”.
“-Que isso, cara! De boa!”
No Rio: “Numa boa, tranqüilo”
No sal ou no prego – Numa situação difícil, numa enrrascada. Exemplo: “Meu carro quebrou numa rua deserta e escura. Fiquei no prego!” No Rio: “na merda, no perrengue”
Oreia seca: Pessoa nascida com situação econômica desfavorável, com pouco dinheiro. A expressão nasceu com os operários da construção civil, os candangos, que construíram Brasília devido às horas de exposição ao sol e ao clima seco da região.
Boto fé: Resposta para alguma informação positiva fornecida pelo interlocutor.
Exemplo: “Tô afim de estudar para concurso público”.
“Pô, boto fé”
No Rio: Pô, manero!
Carai, véi: Interjeição usada para quase todos os tipos de sentimentos. De espanto à satisfação. Exemplos: “Carai, véi! Aquela mulher é muito gostosa”. “Carai, véi! Passei no vestibular!” “Carai, véi! Meu pai morreu!”
Velho – Forma como qualquer interlocutor que você conheça, e que tenha entre 12 e 35 anos, vai se referir a você. Exemplo: “Velho, você deveria fazer exercícios físicos. Vai andar no Parque da Cidade”. No Rio: “cara”
Massa – Também falado na Bahia. Significa aprovação de alguma coisa. Exemplos: “Fulano é massa”. “Aquele show foi massa”. No Rio: “bacana”, “legal”
Nunca no Brasil/nunca precisei - Seria o equivalente ao “fala sério” quando alguém se vê diante de uma situação absurda ou constrangedora. Exemplo: “Nunca precisei ir ao motel com ele”. Atenção: expressão geralmente utilizada mais por mulheres ou gays.
Pense – Serve para reforçar uma observação feita acerca de um assunto positivo ou negativo. Exemplos: “Ontem comprei o meu carro. Pense numa pessoa feliz!” “Amanhã vou construir um muro sozinho. Pense numa pessoa cansada depois”.
Meu – Assim como em São Paulo, também se fala por aqui. Dispensa maiores explicações.
Esse trem – É a velha expressão mineira que equivale “a esse troço”, “essa coisa”.
Divirtam-se
De boa: Resposta geralmente associada à uma satisfação dada.
Exemplo:“-Desculpa ter chegado atrasado à sua festa”.
“-Que isso, cara! De boa!”
No Rio: “Numa boa, tranqüilo”
No sal ou no prego – Numa situação difícil, numa enrrascada. Exemplo: “Meu carro quebrou numa rua deserta e escura. Fiquei no prego!” No Rio: “na merda, no perrengue”
Oreia seca: Pessoa nascida com situação econômica desfavorável, com pouco dinheiro. A expressão nasceu com os operários da construção civil, os candangos, que construíram Brasília devido às horas de exposição ao sol e ao clima seco da região.
Boto fé: Resposta para alguma informação positiva fornecida pelo interlocutor.
Exemplo: “Tô afim de estudar para concurso público”.
“Pô, boto fé”
No Rio: Pô, manero!
Carai, véi: Interjeição usada para quase todos os tipos de sentimentos. De espanto à satisfação. Exemplos: “Carai, véi! Aquela mulher é muito gostosa”. “Carai, véi! Passei no vestibular!” “Carai, véi! Meu pai morreu!”
Velho – Forma como qualquer interlocutor que você conheça, e que tenha entre 12 e 35 anos, vai se referir a você. Exemplo: “Velho, você deveria fazer exercícios físicos. Vai andar no Parque da Cidade”. No Rio: “cara”
Massa – Também falado na Bahia. Significa aprovação de alguma coisa. Exemplos: “Fulano é massa”. “Aquele show foi massa”. No Rio: “bacana”, “legal”
Nunca no Brasil/nunca precisei - Seria o equivalente ao “fala sério” quando alguém se vê diante de uma situação absurda ou constrangedora. Exemplo: “Nunca precisei ir ao motel com ele”. Atenção: expressão geralmente utilizada mais por mulheres ou gays.
Pense – Serve para reforçar uma observação feita acerca de um assunto positivo ou negativo. Exemplos: “Ontem comprei o meu carro. Pense numa pessoa feliz!” “Amanhã vou construir um muro sozinho. Pense numa pessoa cansada depois”.
Meu – Assim como em São Paulo, também se fala por aqui. Dispensa maiores explicações.
Esse trem – É a velha expressão mineira que equivale “a esse troço”, “essa coisa”.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Lei sucinta
Nessa semana,13 de maio,completou-se 120 anos da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel. O blog do Juca Kfouri, em função da data, traz uma informação supreendente. Ia morrer sem saber que a legislação abolicionista tem apenas DOIS ARTIGOS. A saber:
Art. 1º - É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
Isso explica muita coisa.
Art. 1º - É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
Isso explica muita coisa.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Exclusivo: Marcelo Itagiba e a maioridade penal
Uma questão polêmica amplamente discutida ano passado foi a recente proposta de reclassificar a maioridade penal para 16 anos e de que forma essa alteração na lei poderia modificar a implementação das medidas socioeducativas. O fio condutor desse debate foi o bárbaro assassinato do menino João Hélio Fernandes, de apenas 6 anos, em fevereiro de 2007, no Rio de Janeiro, após abordagem feita por um grupo de assaltantes (entre eles havia menores de idade) que roubaram o carro onde estava. Na fuga dos ladrões, João foi arrastado até a morte por ter ficado preso ao cinto de segurança do lado de fora do veículo.
A comoção nacional causada pela tragédia fez com que fossem desenterradas 15 propostas de emendas constitucionais, algumas delas dormitando no Congresso nacional há 10 anos, responsabilizando criminalmente jovens a partir dos 16 anos. O relator do projeto, o ex-secretário de Segurança Pública e atual deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) disse, em entrevista que será vinculada à Revista do MPDFT, que o relatório final foi enviado à Comissão de Constituição e Justiça em dezembro do ano passado, mas ainda não foi votado para que seja submetido ao plenário da Casa.
Leia a íntegra da conversa.
Que desdobramentos aconteceram depois das apresentações de 15 propostas de emenda constitucional para a redução da maioridade penal para 16 anos? Depois da comoção popular por causa da morte do menino João Hélio, o assunto não foi mais discutido.
Marcelo Itagiba – Após fazer um profundo estudo e analisar a constitucionalidade de 15 propostas que tramitavam na Câmara Federal, algumas delas havia mais de dez anos, com o objetivo de reduzir a idade de ingresso na maioridade penal, apresentei o relatório, em dezembro de 2007, à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, com parecer favorável ao estabelecimento da idade penal aos 16 anos. O relatório ainda não foi votado na CCJ, para que seja submetido ao plenário da Câmara. O meu relatório foi produzido após realizar um estudo comparado de todos os Códigos Penais que já vigoraram no Brasil, e em outros países, e analisar as opiniões divergentes dos juristas. A maioridade penal no período do Império era aos 14 anos. Alguns juristas têm a opinião de que a maioridade aos 18 anos é cláusula pétrea da Constituição Federal. Porém, considero, e nisso tenho o respaldo de outros juristas, de que pétreo poderia ser o estabelecimento da maioridade penal, mas não o marco discricionário da idade.
O senhor chegou a afirmar que a definição de maioridade penal aos 18 anos nos tempos atuais era equivocada, pois mudou-se a avaliação do comportamento dos jovens nos últimos 30, 40 anos. Que tipo de comportamento é esse que estimula tais mudanças na legislação?
Marcelo Itagiba – O jovem de 16 anos de hoje não é o mesmo jovem que tinha 16 anos na década de 40, quando foi sancionado o Código Penal ainda em vigor. Hoje ele tem acesso a um volume enorme de informações, por meio de jornais, rádios, TVs e internet, que lhe dão o conhecimento e a formação necessários para ser considerado maturo o suficiente para ser responsabilizado criminalmente por seus atos. Não é admissível que um jovem de 16 anos cometa um assassinato e cumpra, no máximo, somente três anos de medida sócio-educativa. Ele deve receber as penas previstas no Código Penal e cumpri-las integralmente, uma parte em unidades destinadas àqueles que tenham até 21 anos, e o restante, em presídios. A idade penal aos 18 anos não pode ser tratada como um dogma. A maioridade civil, por exemplo, que já foi aos 21 anos, hoje se dá aos 18 anos, e com a possibilidade de emancipação aos 16, segundo o novo Código Civil, que entrou em vigor há poucos anos. Ou seja, o novo Código Civil se adaptou aos novos tempos, e, com isso, o jovem de 18 ou 16, se tiver sido emancipado, pode abrir uma empresa e responde por todos os seus atos ligados às suas atividades comerciais. Temos que acompanhar essa evolução e fazer o mesmo com o Código Penal, reduzindo de 18 para 16 a idade de ingresso na maioridade penal. Aliás, hoje o jovem de 16 anos já podem eleger o presidente da República, governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores.
Especialistas como promotores da infância e juventude afirmam de que não adianta reduzir a idade da responsabilidade criminal dos jovens, pois a tendência é que a criminalidade, em especial o tráfico de drogas, recrute pessoas cada vez mais jovens com 14, 13 anos que ainda não são atingidos por essas mudanças na lei, transformando uma boa intenção em um trabalho de enxugar gelo.
Marcelo Itagiba – Em primeiro lugar, a redução da idade penal para os 16 anos não tem o objetivo de contribuir para a redução da criminalidade. Ela tem por base tão-somente a aplicação do critério do discernimento, pois, como já disse, o jovem de 16 anos de hoje possui maturidade suficiente, ou seja, discernimento, para não ser tratado como inimputável e possa ser devidamente responsabilizado por seus atos. Quanto ao emprego de jovens de 13 e 14 anos pelo tráfico de drogas, isso já é uma triste realidade, conforme se constata ao ler diariamente o noticiário policial. Mas, na minha opinião, conforme o parecer que dei em meu relatório, a idade penal, com base no critério do discernimento, deve passar a vigorar aos 16 anos. Em segundo lugar, a redução da idade penal jamais poderia ser considerada uma tentativa de redução da criminalidade, pelo simples fato de que ela, como nenhuma medida que vise a diminuir a criminalidade, terá resultado se não estiver integrada a outras iniciativas conjuntas que estejam voltadas para a reformulação do sistema repressivo penal brasileiro, para a valorização da atividade policial e o fomento de ações governamentais que garantam dignidade aos cidadãos, como saúde, educação em horário integral, redes de saneamento básico e emprego por meio do crescimento econômico do país, e afastem as pessoas, sobretudo os jovens, da criminalidade.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Eles estão chegando...
Fenômeno que só conhecia no Rio e em outras cidades desprovidas de arquitetura modernista, agora começa a aportar por essas andanças. São ambulantes que vendem balinhas, chicletes e outras guloseimas nos ônibus sempre silenciosos da capital federal. Vindos das cidades satélites, batalham os seus trocados ainda de forma muito tímida, sem a intenção de incomodar os passageiros.
Se tivessem o know-how dos ambulantes cariocas saberiam que a tática do jogo é extamente exibir-se, criar um marketing pessoal, um chamariz que desperte a simpatia de todos ou de alguns pelo menos. É classico, por exemplo, o caso de um vendedor de amendoins que trajava terno e gravata em frente ao Edifício Argentina, em Botafogo.
A indumemtária foi presente de um senhor que era dono de um brechó e, num desses engarrafamentos que infernizam a Rua Farani, disse que com aquelas roupas ele ganharia muito dinheiro.
Bom, não sei se ele ganhou muito dinheiro. O fato é que ele ganhou seus 4 minutos de fama ao ser entrevistado para uma coluna "de gente" do jornal O Globo.
Se tivessem o know-how dos ambulantes cariocas saberiam que a tática do jogo é extamente exibir-se, criar um marketing pessoal, um chamariz que desperte a simpatia de todos ou de alguns pelo menos. É classico, por exemplo, o caso de um vendedor de amendoins que trajava terno e gravata em frente ao Edifício Argentina, em Botafogo.
A indumemtária foi presente de um senhor que era dono de um brechó e, num desses engarrafamentos que infernizam a Rua Farani, disse que com aquelas roupas ele ganharia muito dinheiro.
Bom, não sei se ele ganhou muito dinheiro. O fato é que ele ganhou seus 4 minutos de fama ao ser entrevistado para uma coluna "de gente" do jornal O Globo.
sábado, 26 de abril de 2008
O que estou aprendendo com o MPDFT
Estamos produzindo a revista institucional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Ela terá como matéria de capa, os 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente e todos os temas ligados à questão. Nas quase três semanas de intenso trabalho visitando a Promotoria da Infância e Juventude do DF, conversando com promotores, assistentes sociais e conselheiros tutelares sobre políticas públicas voltadas aos menores de 18 anos, eu descortinei um universo fascinante e, ao mesmo tempo, trágico.
O que mais me surpreendeu foi saber os detalhes do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, projeto delineado há uns 3 anos e considerado inovador em sua proposta. No início, confesso que não me entusiasmei muito em escrever sobre isso, pois me pareceu mais uma empulhação governamental visando a prestação de contas para o eleitorado leigo. Como estava enganado.
Em primeiro lugar, ele foi escrito por especialistas nas áreas de educação social, direito da família,psicologia familiar e social, entre outros. A sua grande tacada é inverter um pensamento que sempre reinou nas instituições judiciárias. Trocando em miúdos, é a primeira vez que um documento oficial dessa natureza prioriza a assistência à famílias problemáticas que muitas vezes geram os chamados jovens em conflito com a lei. Desafiando a lógica vigente, ele não cai na armadilha de simplificar o problema apenas exigindo reformas nas Delegacias de Proteção ao Adolescente (DPCAs) ou unidades de abrigamento, contratação de profissionais especializados e aparelhamento dos conselhos tutelares. Ele vai mais além. Exige que o esforço das instituições recaia em reestruturar os vínculos familiares que não foram suficientes em se prevenir a entrada de crianças e adolescentes na criminalidade.
Com isso desafogariam as unidades, as delegacias, os conselhos tutelares. Diminuir-se-iam os processos de adoção e outras metodologias legislativas que favoreçam a intervenção de uma família substituta de forma integral na educação e formação dessas crianças.
Mas há políticos que não pensam assim. Querem, como o deputado federal João Matos que criou a Lei Nacional de Adoção, em vias de ser votada em plenário da Câmara, a solução imediata, o atalho mais conveniente: tornar as adoções mais rápidas. Ao invés de se experimentar trabalhar de forma complexa, com uma adequação mais genuína a esses problemas, ainda se prioriza as soluções paliativas e assistencialistas de sempre.
Será que apenas transferir responsabilidades paternalistas é a resposta para desmarginalizar essa geração que está se formando? Sinceramente, não sei. Mas sempre depositei a minha fé em soluções inovadoras e criativas para esse país. Não se trata apenas de ensinar boa vontade a essas famílias,mas fala-se até em apelar para investimentos de forma que a periferia não se torne uma fonte de reincidências. A CPMF perdurou anos e apenas representou mais um tributo para o contribuinte arcar sem ter os devidos resultados apresentados. Se dessem uma brecha de uns 10 anos, pelo menos, talvez detectássemos algum tipo de mudança..
Vamos ver o que o bom senso dirá.
O que mais me surpreendeu foi saber os detalhes do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, projeto delineado há uns 3 anos e considerado inovador em sua proposta. No início, confesso que não me entusiasmei muito em escrever sobre isso, pois me pareceu mais uma empulhação governamental visando a prestação de contas para o eleitorado leigo. Como estava enganado.
Em primeiro lugar, ele foi escrito por especialistas nas áreas de educação social, direito da família,psicologia familiar e social, entre outros. A sua grande tacada é inverter um pensamento que sempre reinou nas instituições judiciárias. Trocando em miúdos, é a primeira vez que um documento oficial dessa natureza prioriza a assistência à famílias problemáticas que muitas vezes geram os chamados jovens em conflito com a lei. Desafiando a lógica vigente, ele não cai na armadilha de simplificar o problema apenas exigindo reformas nas Delegacias de Proteção ao Adolescente (DPCAs) ou unidades de abrigamento, contratação de profissionais especializados e aparelhamento dos conselhos tutelares. Ele vai mais além. Exige que o esforço das instituições recaia em reestruturar os vínculos familiares que não foram suficientes em se prevenir a entrada de crianças e adolescentes na criminalidade.
Com isso desafogariam as unidades, as delegacias, os conselhos tutelares. Diminuir-se-iam os processos de adoção e outras metodologias legislativas que favoreçam a intervenção de uma família substituta de forma integral na educação e formação dessas crianças.
Mas há políticos que não pensam assim. Querem, como o deputado federal João Matos que criou a Lei Nacional de Adoção, em vias de ser votada em plenário da Câmara, a solução imediata, o atalho mais conveniente: tornar as adoções mais rápidas. Ao invés de se experimentar trabalhar de forma complexa, com uma adequação mais genuína a esses problemas, ainda se prioriza as soluções paliativas e assistencialistas de sempre.
Será que apenas transferir responsabilidades paternalistas é a resposta para desmarginalizar essa geração que está se formando? Sinceramente, não sei. Mas sempre depositei a minha fé em soluções inovadoras e criativas para esse país. Não se trata apenas de ensinar boa vontade a essas famílias,mas fala-se até em apelar para investimentos de forma que a periferia não se torne uma fonte de reincidências. A CPMF perdurou anos e apenas representou mais um tributo para o contribuinte arcar sem ter os devidos resultados apresentados. Se dessem uma brecha de uns 10 anos, pelo menos, talvez detectássemos algum tipo de mudança..
Vamos ver o que o bom senso dirá.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Deu no blog do Noblat e faço minhas as palavras
Basta Lula querer
Por que Lula não chama o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), seu amigo de longa data, e ordena que esqueça essa história de terceiro mandato?
Por que não chama o prefeito do Recife João Paulo, membro do Diretório Nacional do PT, e não o manda calar a boca sobre o mesmo assunto?
Por que não enquadra o vice-presidente da República José Alencar, partidário da permanência dele no poder por mais tempo?
Por que não instrui o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB, para que contenha o assanhamento do seu partido favorável em segredo ao terceiro mandato?
De quebra, poderia advertir seus auxiliares diretos: “Quem plantar notinhas em jornais sobre o terceiro mandato será demitido na hora”.
Duvido que Lula não tivesse êxito.
Por que Lula não chama o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), seu amigo de longa data, e ordena que esqueça essa história de terceiro mandato?
Por que não chama o prefeito do Recife João Paulo, membro do Diretório Nacional do PT, e não o manda calar a boca sobre o mesmo assunto?
Por que não enquadra o vice-presidente da República José Alencar, partidário da permanência dele no poder por mais tempo?
Por que não instrui o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB, para que contenha o assanhamento do seu partido favorável em segredo ao terceiro mandato?
De quebra, poderia advertir seus auxiliares diretos: “Quem plantar notinhas em jornais sobre o terceiro mandato será demitido na hora”.
Duvido que Lula não tivesse êxito.
terça-feira, 8 de abril de 2008
A banalidade da desconfiança
Uma das minhas novas atribuições na empresa aqui em Brasília é fazer matérias para um periódico chamado Fala Aeroporto. Como o nome pode sugerir, é uma publicação especializada em assuntos relacionados com questões aeroportuárias. Até aí nada demais. Fui designado para telefonar para alguns gerentes de hotéis que ficam no entorno do Santos Dummont (RJ) e tocar a pauta que me foi incumbida que, no caso, era sobre os serviços de hospedagem para clientes corporativos.
Porém, o que mais me chocou foi perceber que do outro lado da linha havia uma desconfiança ainda que velada. Ao me apresentar como repórter e esclarecer minhas intenções, eu não devo ter sido muito convincente. As atendentes, antes de me passarem para o gerente, ora perguntavam pela segunda vez “do que se trata mesmo”, ora faziam ruídos que misturavam muxoxos com esgares de dúvida (algo que, definitivamente, não vou conseguir reproduzir em palavras, mas que com certeza não eram demonstrações de entusiasmo).
Depois é que a ficha caiu. Até 2006 era comum no Rio, e em outras cidades como São Paulo e Belo Horizonte, marginais aplicarem golpes através do telefone. Na maioria deles, eram tentativas de extorsão através do anúncio de falsos seqüestros envolvendo parentes das pessoas que recebiam as ligações. Com isso, a população deve ter ficado bem mais ressabiada ao receber telefonemas de estranhos, por bem educados e bem intencionados que fossem. Criou-se uma espécie de comportamento defensivo para antever qualquer tentativa de golpe similar.
Confesso que essa experiência me trouxe um certo desconforto. Na lógica desse comportamento defensivo, eu deveria ser mais um marginalzinho disfarçado de jornalista prestes a aplicar outro golpe. Eu deveria, supostamente, estar coletando informações estratégicas sobre os hotéis e o perfil de seus hóspedes e determinar qual seria a melhor forma para arquitetar uma invasão ou algo assim.
Ou então não deveria ser nada disso. Talvez fosse apenas a minha interpretação equivocada sobre uma desconfiança que eu próprio possa ter criado. Talvez o meu excesso de cuidado em, exatamente, não dar essa falsa impressão de lobo disfarçado de cordeiro tenha resultado em um efeito ironicamente contrário de percepção. Vai saber.
Parafraseando Hannah Arendt, estou vivendo a era da banalidade da desconfiança.
Porém, o que mais me chocou foi perceber que do outro lado da linha havia uma desconfiança ainda que velada. Ao me apresentar como repórter e esclarecer minhas intenções, eu não devo ter sido muito convincente. As atendentes, antes de me passarem para o gerente, ora perguntavam pela segunda vez “do que se trata mesmo”, ora faziam ruídos que misturavam muxoxos com esgares de dúvida (algo que, definitivamente, não vou conseguir reproduzir em palavras, mas que com certeza não eram demonstrações de entusiasmo).
Depois é que a ficha caiu. Até 2006 era comum no Rio, e em outras cidades como São Paulo e Belo Horizonte, marginais aplicarem golpes através do telefone. Na maioria deles, eram tentativas de extorsão através do anúncio de falsos seqüestros envolvendo parentes das pessoas que recebiam as ligações. Com isso, a população deve ter ficado bem mais ressabiada ao receber telefonemas de estranhos, por bem educados e bem intencionados que fossem. Criou-se uma espécie de comportamento defensivo para antever qualquer tentativa de golpe similar.
Confesso que essa experiência me trouxe um certo desconforto. Na lógica desse comportamento defensivo, eu deveria ser mais um marginalzinho disfarçado de jornalista prestes a aplicar outro golpe. Eu deveria, supostamente, estar coletando informações estratégicas sobre os hotéis e o perfil de seus hóspedes e determinar qual seria a melhor forma para arquitetar uma invasão ou algo assim.
Ou então não deveria ser nada disso. Talvez fosse apenas a minha interpretação equivocada sobre uma desconfiança que eu próprio possa ter criado. Talvez o meu excesso de cuidado em, exatamente, não dar essa falsa impressão de lobo disfarçado de cordeiro tenha resultado em um efeito ironicamente contrário de percepção. Vai saber.
Parafraseando Hannah Arendt, estou vivendo a era da banalidade da desconfiança.
segunda-feira, 31 de março de 2008
Vigiar e punir
Essa aconteceu ontem, por volta das 21h15. Estava jantando, solitariamente, um bife à cavalo no Bar Brasília quando passou um camburão da Polícia Civil do DF. Ele parou a mais ou menos uns 300 metros do restaurante, ao lado do 1º Cartório da W3 Sul, um trecho praticamente deserto como, aliás, ficam todas as quadras num domingo à noite em BSB. Saltam 3 policiais. Um deles abre a porta onde ficam os presos e de lá sai um menino moreno de uns 18 anos, trajando boné e blusa brancas e bermuda vermelha. Os três o cercam e iniciam uma conversa que dura uns 5 minutos. Um dos policias chega a botar uma das mãos em seus ombros. Em seguida, o libertam e ele sai caminhando a esmo pelos blocos, talvez pensando numa forma de realizar o próximo assalto com a estratégia de não dar tanta bandeira para as autoridades.
Esse episódio fez com que caísse por terra uma teoria que sempre me foi empurrada, e empurrada goela abaixo para milhões de eleitores, como uma solução sine qua non. Na santa ingenuidade reinante, sempre se achou que o problema principal do enfraquecimento tático envolvendo políticas de segurança pública, especialmente em grandes cidades como Rio e São Paulo, fosse o alto grau de corrupção que ronda as forças policiais. Com baixos salários, é difícil cumprir a lei sem se tentar com ganhos fáceis promovidos pela relação promíscua entre PM´s, policiais civis e afins com a criminalidade. O reajuste dos subsídios sempre foi uma solução pregada pelos candidatos ao executivo como uma forma de se melhorar a qualidade de quem quer, de fato, se sentir seguro. Tantos foram os governadores e prefeitos que bateram nessa tecla.
Mas aqui em Brasília, as autoridades não podem reclamar de baixos salários, pois a categoria recebe em torno de uns R$3 mil, segundo me contaram. Vigiar (quem ameaça) o poder federal é um trabalho que custa caro devido à alta concentração de membros do poder público. O que presenciei ontem denuncia que não importa quão polpudo seja o ordenado. Dinheiro não molda e nunca vai moldar o caráter de ninguém. E isso é muito preocupante.
Pra quê ter a polícia mais bem paga do Brasil se se observa que os índices de violência estão ficando cada vez mais alarmantes? Não há nenhum tipo de pesquisa ou trabalho governamental que faça uma avaliação qualitativa sobre essa e talvez milhares de omissões pelo DF afora. Será que isso ainda não é necessário? Será que só com o caos instalado é que vai se tomar providências? E ainda assim emergenciais. Ganhando R$ 3 mil ou R$ 800,00, a história se repete.
O GDF tem uma propaganda vinculada na TV dizendo que aqui a administração pública local não permitirá acontecer o que andou acontecendo nas outras cidades. Quem presenciou o estrago dos dois governos do senhor Joaquim Roriz e suas conseqüências futuras sabe do que estou falando.
Não sei não.
Esse episódio fez com que caísse por terra uma teoria que sempre me foi empurrada, e empurrada goela abaixo para milhões de eleitores, como uma solução sine qua non. Na santa ingenuidade reinante, sempre se achou que o problema principal do enfraquecimento tático envolvendo políticas de segurança pública, especialmente em grandes cidades como Rio e São Paulo, fosse o alto grau de corrupção que ronda as forças policiais. Com baixos salários, é difícil cumprir a lei sem se tentar com ganhos fáceis promovidos pela relação promíscua entre PM´s, policiais civis e afins com a criminalidade. O reajuste dos subsídios sempre foi uma solução pregada pelos candidatos ao executivo como uma forma de se melhorar a qualidade de quem quer, de fato, se sentir seguro. Tantos foram os governadores e prefeitos que bateram nessa tecla.
Mas aqui em Brasília, as autoridades não podem reclamar de baixos salários, pois a categoria recebe em torno de uns R$3 mil, segundo me contaram. Vigiar (quem ameaça) o poder federal é um trabalho que custa caro devido à alta concentração de membros do poder público. O que presenciei ontem denuncia que não importa quão polpudo seja o ordenado. Dinheiro não molda e nunca vai moldar o caráter de ninguém. E isso é muito preocupante.
Pra quê ter a polícia mais bem paga do Brasil se se observa que os índices de violência estão ficando cada vez mais alarmantes? Não há nenhum tipo de pesquisa ou trabalho governamental que faça uma avaliação qualitativa sobre essa e talvez milhares de omissões pelo DF afora. Será que isso ainda não é necessário? Será que só com o caos instalado é que vai se tomar providências? E ainda assim emergenciais. Ganhando R$ 3 mil ou R$ 800,00, a história se repete.
O GDF tem uma propaganda vinculada na TV dizendo que aqui a administração pública local não permitirá acontecer o que andou acontecendo nas outras cidades. Quem presenciou o estrago dos dois governos do senhor Joaquim Roriz e suas conseqüências futuras sabe do que estou falando.
Não sei não.
terça-feira, 25 de março de 2008
Um blog sobre Brasília que não fala sobre Brasília
Vou preencher a minha cota semanal de implicâncias contra as Organizações Globo maldizendo um blog do conglomerado midiático que não cumpre com as funções às quais supostamente deveria cumprir. O nome do dito cujo está na versão eletrônica do jornal O Globo e chama-se “Brasília com Vista para o Mar”, do repórter Sérgio Fadul.
Até há algum tempo ele se propunha a relatar, assim como esse modesto espaço, o lado pitoresco dessa cidade planejada nos mínimos detalhes e desorganizada em tantos outros. De umas semanas pra cá, tornou-se monotemático, postando comentários sobre resultados futebolísticos, de preferência envolvendo partidas com times... cariocas.
Nada contra, mas o futebol candango também pode produzir excelentes pautas, mesmo que comercialmente a repercussão seja quase nula, considerando que as grandes grifes esportivas não investem ou investem pouquíssimo nos certames regionais.
Não acredito que mesmo uma cidade como Brasília seja tão desinteressante a ponto de passar despercebida no próprio blog temático que se propõe a ser.
Ou será que é?
Até há algum tempo ele se propunha a relatar, assim como esse modesto espaço, o lado pitoresco dessa cidade planejada nos mínimos detalhes e desorganizada em tantos outros. De umas semanas pra cá, tornou-se monotemático, postando comentários sobre resultados futebolísticos, de preferência envolvendo partidas com times... cariocas.
Nada contra, mas o futebol candango também pode produzir excelentes pautas, mesmo que comercialmente a repercussão seja quase nula, considerando que as grandes grifes esportivas não investem ou investem pouquíssimo nos certames regionais.
Não acredito que mesmo uma cidade como Brasília seja tão desinteressante a ponto de passar despercebida no próprio blog temático que se propõe a ser.
Ou será que é?
quarta-feira, 19 de março de 2008
Sobre chuvas e rodas públicas
Não sei o que veio primeiro: o aquecimento global ou a instabilidade climática que ronda o cerrado. Mas nessa época do ano é difícil você fazer alguma previsão do que vai encontrar pela frente. Em um dia, como ocorre em algumas cidades, o cidadão brasiliense sofre uma variação de temperaturas tão grande que é quase impossível o corpo não sucumbir a alguma doença. Especialmente para quem tem alguma alergia.
O dia começa frio, pegando carona nas baixas temperaturas da madrugada que, geralmente, oscilam entre 14 e 17ºC. Dá até para sair de casaco até umas 9h30. Depois vem uma onda de calor e umidade. A sensação térmica traduz que, em pouquíssimo tempo, os graus Celsius já se aproximam dos 32, 33. É uma Curitiba no outono para um Rio num verão à noite em menos de 3 horas.
Para piorar a situação, chuva e sol são elementos naturais que podem participar do mesmo cenário de forma impressionante. Enquanto a primeira começa em um extremo de alguma avenida, o segundo pode dar o ar da graça no final do mesmo trajeto. É uma junção surreal para quem não está acostumado.
A combinação de roupas, então, precisa obedecer a critérios que prevejam essas alterações amalucadas. Casaco com guarda-chuva, sapatênis, uma blusa de algodão confortável podem fazer parte do aparato como também podem ser absolutamente dispensáveis.
Por volta das 18h, quando o frio costuma retornar, pode fazer calor. E chove. Ou pode acontecer a sua variação combinatória: calor, começa a chover e esfria ou faz frio com chuva e quando adentra a madrugada, congela. Ou faz calor.
Entenderam? Eu também não.
Definitivamente, em relação às intempéries do tempo, você não morre de tédio aqui em Brasília.
****
E depois de 48 anos, finalmente há um movimento pela diversidade do transporte público aqui em terras candangas. Globo e Veja já lançaram poderosos petardos contra o monopólio dos carros particulares, contra o traçado do Plano Piloto que isolou os pobres nas cidades satélites e favelas (sim, já existem favelas no entorno do quadradinho) e contra quase tudo que signifique a exclusão do pedestre. O metrô começa a se tornar uma prioridade ainda que tardia para o GDF. Faltam acertos estruturais para os dias de chuva em algumas estações como a da Ceilândia, por exemplo, que fica alagada devido a pequenos desníveis que prejudicam o sistema elétrico dos trens. Porém, antes isso do que nada.
O dia começa frio, pegando carona nas baixas temperaturas da madrugada que, geralmente, oscilam entre 14 e 17ºC. Dá até para sair de casaco até umas 9h30. Depois vem uma onda de calor e umidade. A sensação térmica traduz que, em pouquíssimo tempo, os graus Celsius já se aproximam dos 32, 33. É uma Curitiba no outono para um Rio num verão à noite em menos de 3 horas.
Para piorar a situação, chuva e sol são elementos naturais que podem participar do mesmo cenário de forma impressionante. Enquanto a primeira começa em um extremo de alguma avenida, o segundo pode dar o ar da graça no final do mesmo trajeto. É uma junção surreal para quem não está acostumado.
A combinação de roupas, então, precisa obedecer a critérios que prevejam essas alterações amalucadas. Casaco com guarda-chuva, sapatênis, uma blusa de algodão confortável podem fazer parte do aparato como também podem ser absolutamente dispensáveis.
Por volta das 18h, quando o frio costuma retornar, pode fazer calor. E chove. Ou pode acontecer a sua variação combinatória: calor, começa a chover e esfria ou faz frio com chuva e quando adentra a madrugada, congela. Ou faz calor.
Entenderam? Eu também não.
Definitivamente, em relação às intempéries do tempo, você não morre de tédio aqui em Brasília.
****
E depois de 48 anos, finalmente há um movimento pela diversidade do transporte público aqui em terras candangas. Globo e Veja já lançaram poderosos petardos contra o monopólio dos carros particulares, contra o traçado do Plano Piloto que isolou os pobres nas cidades satélites e favelas (sim, já existem favelas no entorno do quadradinho) e contra quase tudo que signifique a exclusão do pedestre. O metrô começa a se tornar uma prioridade ainda que tardia para o GDF. Faltam acertos estruturais para os dias de chuva em algumas estações como a da Ceilândia, por exemplo, que fica alagada devido a pequenos desníveis que prejudicam o sistema elétrico dos trens. Porém, antes isso do que nada.
quarta-feira, 12 de março de 2008
O que Lula fará em 2011
Recebi isso por e-mail.É um pouco grande, mas serve para sabermos o que é reservado no apagar das luzes dos mandatos de nossos queridos Presidentes da República. Depois dizem que a mamata termina no fim.
DECRETO Nº 6.381, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2008.
Regulamenta a Lei n° 7.474, de 8 de maio de 1986, que dispõe sobre
medidas de segurança aos ex-Presidentes da República, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o
art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
n°
7.474, de 8 de maio de 1986,
DECRETA:
Art. 1° Findo o mandato do Presidente da República, quem o houver
exercido, em caráter permanente, terá direito:
I - aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e
apoio pessoal;
II - a dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas; e
III - ao assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível 5.
Art. 2° Os servidores e motoristas a que se refere o art. 1° serão de
livre escolha do ex-Presidente da República e nomeados para cargo em
comissão destinado ao apoio a ex-Presidentes da República, integrante do quadro
dos cargos em comissão e das funções gratificadas da Casa Civil da
Presidência da República.
Art. 3° Para atendimento do disposto no art. 1o, a Secretaria de
Administração da Casa Civil da Presidência da República poderá dispor,
para cada ex-Presidente, de até oito cargos em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, sendo dois DAS 102.5, dois DAS 102.4,
dois
DAS 102.2 e dois DAS 102.1.
Art. 4° Os servidores em atividade de segurança e os motoristas de
que trata o art. 1° receberão treinamento para se capacitar,
respectivamente, para o exercício da função de segurança pessoal e de condutor de veículo de segurança, pelo Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República.
Art. 5° Os servidores em atividade de segurança e os motoristas
aprovados no treinamento de capacitação na forma do art. 4°, enquanto
estiverem em exercício nos respectivos cargos em comissão da Casa Civil,
ficarão vinculados tecnicamente ao Departamento de Segurança do Gabinete
de Segurança Institucional, sendo considerados, para os fins do art. 6°,
inciso V, segunda parte, da Lei n° 10.826, de 22 de dezembro de 2003, agentes
daquele Departamento.
Art. 6° Aos servidores de que trata o art. 5o poderá ser
disponibilizado, por solicitação do ex-Presidente ou seu representante,
porte de arma institucional do Departamento de Segurança do Gabinete de
Segurança Institucional, desde que cumpridos os seguintes requisitos, além
daqueles previstos na Lei n° 10.826, de 2003, em seu regulamento e em portaria do
Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional:
I - avaliação que ateste a capacidade técnica e aptidão psicológica
para o manuseio de arma de fogo, a ser realizada pelo Departamento de
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional;
II - observância dos procedimentos relativos às condições para a
utilização da arma institucional, estabelecidos em ato normativo interno
do Gabinete de Segurança Institucional; e
III - que se tratem de pessoas originárias das situações previstas no
art. 6°, incisos I, II e V, da Lei n° 10.826, de 2003.
Parágrafo único. O porte de arma institucional de que trata o caput
terá prazo de validade determinado e, para sua renovação, deverá ser
realizada novamente a avaliação de que trata o inciso I do caput, nos
termos de portaria do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança
Institucional.
Art. 7° Durante os períodos de treinamento e avaliação de que tratam
os arts. 4° e 6°, o servidor em atividade de segurança e motorista de
ex- Presidente poderá ser substituído temporariamente, mediante solicitação
do ex- Presidente ou seu representante, por agente de segurança do Departamento
de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional.
Art. 8° O planejamento, a coordenação, o controle e o zelo pela
segurança patrimonial e pessoal de ex-Presidente caberá aos servidores
de que trata o art. 1°, conforme estrutura e organização própria estabelecida.
Art. 9° A execução dos atos administrativos internos relacionados com
a gestão dos servidores de que trata o art. 1° e a disponibilidade de
dois veículos para o ex-Presidente serão praticadas pela Casa Civil, que
arcará com as despesas decorrentes.
Art. 10. Os candidatos à Presidência da República terão direito a
segurança pessoal, exercida por agentes da Polícia Federal, a partir da
homologação da respectiva candidatura em convenção partidária.
Art. 11. O Ministro de Estado da Justiça, no que diz respeito ao art.
10, o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
no que concerne aos arts. 4°, 5°, 6° e 7°, e o Secretário de Administração da
Casa Civil, quanto ao disposto nos arts. 2° e 9°, baixarão as instruções e os
atos necessários à execução do disposto neste Decreto.
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 13. Revoga-se o Decreto n° 1.347, de 28 de dezembro de 1994.
Brasília, 27 de fevereiro de 2008; 187° da Independência e 120° da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
Jorge Armando Felix
DECRETO Nº 6.381, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2008.
Regulamenta a Lei n° 7.474, de 8 de maio de 1986, que dispõe sobre
medidas de segurança aos ex-Presidentes da República, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o
art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
n°
7.474, de 8 de maio de 1986,
DECRETA:
Art. 1° Findo o mandato do Presidente da República, quem o houver
exercido, em caráter permanente, terá direito:
I - aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e
apoio pessoal;
II - a dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas; e
III - ao assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível 5.
Art. 2° Os servidores e motoristas a que se refere o art. 1° serão de
livre escolha do ex-Presidente da República e nomeados para cargo em
comissão destinado ao apoio a ex-Presidentes da República, integrante do quadro
dos cargos em comissão e das funções gratificadas da Casa Civil da
Presidência da República.
Art. 3° Para atendimento do disposto no art. 1o, a Secretaria de
Administração da Casa Civil da Presidência da República poderá dispor,
para cada ex-Presidente, de até oito cargos em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, sendo dois DAS 102.5, dois DAS 102.4,
dois
DAS 102.2 e dois DAS 102.1.
Art. 4° Os servidores em atividade de segurança e os motoristas de
que trata o art. 1° receberão treinamento para se capacitar,
respectivamente, para o exercício da função de segurança pessoal e de condutor de veículo de segurança, pelo Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República.
Art. 5° Os servidores em atividade de segurança e os motoristas
aprovados no treinamento de capacitação na forma do art. 4°, enquanto
estiverem em exercício nos respectivos cargos em comissão da Casa Civil,
ficarão vinculados tecnicamente ao Departamento de Segurança do Gabinete
de Segurança Institucional, sendo considerados, para os fins do art. 6°,
inciso V, segunda parte, da Lei n° 10.826, de 22 de dezembro de 2003, agentes
daquele Departamento.
Art. 6° Aos servidores de que trata o art. 5o poderá ser
disponibilizado, por solicitação do ex-Presidente ou seu representante,
porte de arma institucional do Departamento de Segurança do Gabinete de
Segurança Institucional, desde que cumpridos os seguintes requisitos, além
daqueles previstos na Lei n° 10.826, de 2003, em seu regulamento e em portaria do
Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional:
I - avaliação que ateste a capacidade técnica e aptidão psicológica
para o manuseio de arma de fogo, a ser realizada pelo Departamento de
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional;
II - observância dos procedimentos relativos às condições para a
utilização da arma institucional, estabelecidos em ato normativo interno
do Gabinete de Segurança Institucional; e
III - que se tratem de pessoas originárias das situações previstas no
art. 6°, incisos I, II e V, da Lei n° 10.826, de 2003.
Parágrafo único. O porte de arma institucional de que trata o caput
terá prazo de validade determinado e, para sua renovação, deverá ser
realizada novamente a avaliação de que trata o inciso I do caput, nos
termos de portaria do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança
Institucional.
Art. 7° Durante os períodos de treinamento e avaliação de que tratam
os arts. 4° e 6°, o servidor em atividade de segurança e motorista de
ex- Presidente poderá ser substituído temporariamente, mediante solicitação
do ex- Presidente ou seu representante, por agente de segurança do Departamento
de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional.
Art. 8° O planejamento, a coordenação, o controle e o zelo pela
segurança patrimonial e pessoal de ex-Presidente caberá aos servidores
de que trata o art. 1°, conforme estrutura e organização própria estabelecida.
Art. 9° A execução dos atos administrativos internos relacionados com
a gestão dos servidores de que trata o art. 1° e a disponibilidade de
dois veículos para o ex-Presidente serão praticadas pela Casa Civil, que
arcará com as despesas decorrentes.
Art. 10. Os candidatos à Presidência da República terão direito a
segurança pessoal, exercida por agentes da Polícia Federal, a partir da
homologação da respectiva candidatura em convenção partidária.
Art. 11. O Ministro de Estado da Justiça, no que diz respeito ao art.
10, o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
no que concerne aos arts. 4°, 5°, 6° e 7°, e o Secretário de Administração da
Casa Civil, quanto ao disposto nos arts. 2° e 9°, baixarão as instruções e os
atos necessários à execução do disposto neste Decreto.
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 13. Revoga-se o Decreto n° 1.347, de 28 de dezembro de 1994.
Brasília, 27 de fevereiro de 2008; 187° da Independência e 120° da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
Jorge Armando Felix
segunda-feira, 10 de março de 2008
Vai dar certo...algum dia
O Brasil já era pra ter dado certo há muito tempo. Na mesma seara em que surgem avalanches de corrupção, desvio de verbas e desperdícios de todo tipo na administração pública, o governo federal, sempre tão prestativo com os excluídos, brinda-nos com uma série de programas que viabilizam a transformação de pobres em consumidores. Algum problema nisso? Nenhum. Se existe mais pobre com poder aquisitivo razoavelmente satisfatório para que ele se sinta pertencente à sociedade de consumo, bom para todo mundo. Que o digam as centenas de pessoas que se acotovelaram no Complexo do Alemão, no Rio, ávidas em colaborar com as obras do PAC. São mais de R$ 500 bilhões até 2010 distribuídos em quase 200 obras ao redor do país. Dá pra todo mudo fazer uma feirinha depois.
Há algo no ar. Há possibilidades reais de que a classe média, no futuro, até inche consideravelmente, o que significaria abertura de novos empreendimentos, mais contratações. Se há acesso gratuito à internet para quem não tem dinheiro, então há o direito privilegiado de consumo de informação que por tanto tempo ficou restrito às elites em geral. Se há distribuição de laptops para professores da rede pública de ensino, como alguns governos estaduais já estão viabilizando, então há possibilidades de se lecionar com mais qualidade técnica e teórica.
Se há ONGs, e há muitas por aí, que cada vez mais multiplicam-se como coelhos na santa responsabilidade da inclusão social, quer por vias culturais ou por vias técnico-profissionalizantes, então esse é um fator que contribui para a teoria de que essas entidades estão cada vez mais se empenhando em diminuir a exclusão social.
Na esteira dessa epidemia benigna, pode-se citar o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) que por sua vez, está elencado ao Programa de Geração de Renda (Proger) e que ambos nada mais são do que transferências econômicas parceladas aos despossuídos. Há os chamados Fundos Constitucionais, criados pelo Ministério da Integração Nacional, que repassam para cooperativas de crédito das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, geralmente gerenciadas pelo Banco do Brasil ou BNDES e bancos estaduais, investimentos aos micro e pequenos empresários como uma forma de acesso a (mais uma vez) fontes de renda oficiais. Há ainda o sistema de cotas.
Há ainda o fato de que o Brasil, pela primeira vez em sua história republicana, tem dinheiro em caixa o suficiente para equilibrar as contas em caso da falência múltipla dos organismos financeiros internacionais e, de quebra, pagar uma dívida externa antes impagável.
Para fechar a tampa da panela, o mafioso-consultor José Dirceu, em artigo escrito semana passada no Jornal do Brasil, fez mais um de seus trabalhos de marketing não-oficial (?) do governo petista. Como roteirista de seu próprio universo, detalhou o novo projeto Territórios da Cidadania como “considerado inovador por especialistas em distribuição da renda”. O programa vai olhar cada um dos 180 territórios a serem atendidos nos próximos dois anos como um todo, “integrando ações de 19 ministérios e envolvendo os poderes locais para promover o desenvolvimento regional sustentável e a garantia dos direitos sociais”.
Pelo andar da carruagem em 2014, já estaremos integrando o G7.
Há algo no ar. Há possibilidades reais de que a classe média, no futuro, até inche consideravelmente, o que significaria abertura de novos empreendimentos, mais contratações. Se há acesso gratuito à internet para quem não tem dinheiro, então há o direito privilegiado de consumo de informação que por tanto tempo ficou restrito às elites em geral. Se há distribuição de laptops para professores da rede pública de ensino, como alguns governos estaduais já estão viabilizando, então há possibilidades de se lecionar com mais qualidade técnica e teórica.
Se há ONGs, e há muitas por aí, que cada vez mais multiplicam-se como coelhos na santa responsabilidade da inclusão social, quer por vias culturais ou por vias técnico-profissionalizantes, então esse é um fator que contribui para a teoria de que essas entidades estão cada vez mais se empenhando em diminuir a exclusão social.
Na esteira dessa epidemia benigna, pode-se citar o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) que por sua vez, está elencado ao Programa de Geração de Renda (Proger) e que ambos nada mais são do que transferências econômicas parceladas aos despossuídos. Há os chamados Fundos Constitucionais, criados pelo Ministério da Integração Nacional, que repassam para cooperativas de crédito das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, geralmente gerenciadas pelo Banco do Brasil ou BNDES e bancos estaduais, investimentos aos micro e pequenos empresários como uma forma de acesso a (mais uma vez) fontes de renda oficiais. Há ainda o sistema de cotas.
Há ainda o fato de que o Brasil, pela primeira vez em sua história republicana, tem dinheiro em caixa o suficiente para equilibrar as contas em caso da falência múltipla dos organismos financeiros internacionais e, de quebra, pagar uma dívida externa antes impagável.
Para fechar a tampa da panela, o mafioso-consultor José Dirceu, em artigo escrito semana passada no Jornal do Brasil, fez mais um de seus trabalhos de marketing não-oficial (?) do governo petista. Como roteirista de seu próprio universo, detalhou o novo projeto Territórios da Cidadania como “considerado inovador por especialistas em distribuição da renda”. O programa vai olhar cada um dos 180 territórios a serem atendidos nos próximos dois anos como um todo, “integrando ações de 19 ministérios e envolvendo os poderes locais para promover o desenvolvimento regional sustentável e a garantia dos direitos sociais”.
Pelo andar da carruagem em 2014, já estaremos integrando o G7.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Saliência interrompida
Após uma releitura rápida de "A Casa dos Budas Ditosos", do João Ubaldo Ribeiro e de "Pilatos", do Cony, bons romances sobre a sexualidade, sem contar, ainda, com os festejos momescos se aproximando, nada mais apropriado do que relatar um fato ocorrido em uma video-locadora-posto-de-conveniência aqui na 107 Sul.
Todos os bons estabelecimentos do gênero têm um espaço discreto para os apreciadores de filmes de sexo explícito. Eles vão lá, fazem a sua escolha e quem, no máximo, toma conhecimento da predileção feita é o funcionário da casa que precisa buscar o exemplar, geralmente lacrado em uma embalagem escura e também discreta para o consumo. Certo? Não nesse.
Após uma refeição à base de crepes com nomes cinematográficos, nos dirigimos ao caixa para pagar nosso desjejum. Eis que reparo dois enormes cadernos plastificados com inscrições coloridas e berrantes de capa dura preta com o nome "Filmes Eróticos"... bem ao lado do caixa onde as filas se formam.
Fico me perguntando se alguém reparou na falta de sutileza de tal disposição:
- Oi.Vou Levar duas batatas Pringles, uma Coca e pipoca pra microondas. A propósito... já chegou As Ninjas Taradas 5?
Bom carnaval.
Todos os bons estabelecimentos do gênero têm um espaço discreto para os apreciadores de filmes de sexo explícito. Eles vão lá, fazem a sua escolha e quem, no máximo, toma conhecimento da predileção feita é o funcionário da casa que precisa buscar o exemplar, geralmente lacrado em uma embalagem escura e também discreta para o consumo. Certo? Não nesse.
Após uma refeição à base de crepes com nomes cinematográficos, nos dirigimos ao caixa para pagar nosso desjejum. Eis que reparo dois enormes cadernos plastificados com inscrições coloridas e berrantes de capa dura preta com o nome "Filmes Eróticos"... bem ao lado do caixa onde as filas se formam.
Fico me perguntando se alguém reparou na falta de sutileza de tal disposição:
- Oi.Vou Levar duas batatas Pringles, uma Coca e pipoca pra microondas. A propósito... já chegou As Ninjas Taradas 5?
Bom carnaval.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
O pior do mundo
A revista Forbes apontou o aeroporto de Brasília como o pior do planeta em pontualidade. Quando a revista se propuser a fazer uma investigação sobre os outros tipos de transporte público da Corte, como os ônibus, aí eles serão obrigados a redesenhar as definições de atraso.
Para ler a matéria completa, clique no título desse post
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terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Pede pra fechar!
A nova regra determinada pelo GDF (leia-se Governo do Distrito Federal para os não- íntimos) é que todos os bares e restaurantes de áreas residenciais, em especial os localizados no Plano Piloto (Asas Sul e Norte), que não possuam proteção acústica (ou seja, estamos nos referindo a pelo menos uns 80% das casas) fechem suas portas, no mais tardar, às 2 da manhã por causa do incômodo criado pelo burburinho boêmio aos honestos moradores.
O Sindicato de Bares e Restaurantes local diz que foi obrigado (quase ameaçado) em estabelecer tal normatização. A briga é boa e promete, já que os prejuízos previstos para quem não se adequar a essa nova lei vão ficar na ordem de uns 40%.
Ou seja, aquele choppinho depois da sessão das 22h, esquece...As locadoras de DVD agradecem.
Ou como diz a sabedoria popular: no campo, durma-se com as galinhas
Aliás e a propósito
Informação dada pela esposinha amada: há algum tempo, blocos de carnaval são proibidos de circular pelo Eixão, a principal via de acesso à cidade. Motivo: o barulho. Alguém precisa avisar às autoridades que, nessa época do ano, Brasília vira uma cidade-fantasma, uma verdadeira evasão populacional, e pouquíssimas pessoas se atreveriam a fazer tal reclamação pelo simples fato de elas não estarem aqui.
O Sindicato de Bares e Restaurantes local diz que foi obrigado (quase ameaçado) em estabelecer tal normatização. A briga é boa e promete, já que os prejuízos previstos para quem não se adequar a essa nova lei vão ficar na ordem de uns 40%.
Ou seja, aquele choppinho depois da sessão das 22h, esquece...As locadoras de DVD agradecem.
Ou como diz a sabedoria popular: no campo, durma-se com as galinhas
Aliás e a propósito
Informação dada pela esposinha amada: há algum tempo, blocos de carnaval são proibidos de circular pelo Eixão, a principal via de acesso à cidade. Motivo: o barulho. Alguém precisa avisar às autoridades que, nessa época do ano, Brasília vira uma cidade-fantasma, uma verdadeira evasão populacional, e pouquíssimas pessoas se atreveriam a fazer tal reclamação pelo simples fato de elas não estarem aqui.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
A volta....
Depois de 17 dias mais do que aproveitáveis e reenergizantes no RJ (fotos novas no orkut para os fuxiqueiros de plantão), retorno à candangolândia com o "mau-humor" reabastecido para dissecar as extravagâncias jequísticas da cidade-autorama.
****
Para meu alívio, e de muita gente também, os concursos públicos terão prosseguimento, sim. Eles apenas estão suspensos até concluírem as negociações entre governo e oposição sobre os cortes do orçamento disponível para 2008 (alguns falam na ressurreição da CPMF...),certame esse que deverá ocorrer obrigatoriamente até 28 de fevereiro. O que não foi devidamente explicado pela imprensa é que agências, autarquias e outros organismos administrativos federais como a ANP, Caixa Econômica e Abin, por exemplo, possuem autonomia financeira para custear organizadoras de concursos, independente da pindaíba do governo. Basta apenas que justifiquem os gastos ao Ministério de Planejamento.
Ou como bem melhor explica o professor Wilson Granjeiro, especialista em concursos públicos:
"Também não serão suspensos concursos previstos pelo governo federal para a substituição de funcionários terceirizados, conforme termo de ajuste de conduta firmado com o Ministério Público, os quais deverão preencher mais de 7 mil vagas. Da mesma forma, os concursos previstos para o Senado Federal, para o Tribunal de Contas da União e para o Supremo Tribunal Federal não deverão ser afetados."
Portanto, nada de choradeira, bravos concurseiros!
****
E não é que o BBB 8 traz uma candanguinha entre os habitantes da casa? O país inteiro conhece, graças a professora de inglês Tatiana, uma variação inédita do famoso par ou ímpar. Ele é americano...Pronuncia-se "par ou ímpar americaaaaaa-no!" Deve ser coisa criada no Park Way.
****
E a febre amarela em Brasília? Uma vovó nos seus 80 anos, caminhando com dificuldade e amparada por neta e filha, presumivelmente, foi assediadíssima por flashes de fotógrafos de alguns jornais da região e por uma equipe do DF-TV. Foi a celebridade instantânea do posto de saúde.
Lá atrás, nas salas onde a população estava sendo vacinada, padeciam auxiliares de enfermagem estressadas com tantas picadas a serem dadas em tantos contribuintes. Uma delas, de fato, deu-me uma estocada no braço que mais pareceu uma tentativa de assassinato. A dor representaria uma economia de tempo ou algo assim? Se não sou rápido o suficiente, quase derrubo no chão o chumaço de algodão que deveria estancar o meu sangue,já que após o meu pequeno supĺício, ela já se preparava para outro atendimento.
****
Enfim, agora me sinto de volta à Brasília... Feliz 2008.
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Para meu alívio, e de muita gente também, os concursos públicos terão prosseguimento, sim. Eles apenas estão suspensos até concluírem as negociações entre governo e oposição sobre os cortes do orçamento disponível para 2008 (alguns falam na ressurreição da CPMF...),certame esse que deverá ocorrer obrigatoriamente até 28 de fevereiro. O que não foi devidamente explicado pela imprensa é que agências, autarquias e outros organismos administrativos federais como a ANP, Caixa Econômica e Abin, por exemplo, possuem autonomia financeira para custear organizadoras de concursos, independente da pindaíba do governo. Basta apenas que justifiquem os gastos ao Ministério de Planejamento.
Ou como bem melhor explica o professor Wilson Granjeiro, especialista em concursos públicos:
"Também não serão suspensos concursos previstos pelo governo federal para a substituição de funcionários terceirizados, conforme termo de ajuste de conduta firmado com o Ministério Público, os quais deverão preencher mais de 7 mil vagas. Da mesma forma, os concursos previstos para o Senado Federal, para o Tribunal de Contas da União e para o Supremo Tribunal Federal não deverão ser afetados."
Portanto, nada de choradeira, bravos concurseiros!
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E não é que o BBB 8 traz uma candanguinha entre os habitantes da casa? O país inteiro conhece, graças a professora de inglês Tatiana, uma variação inédita do famoso par ou ímpar. Ele é americano...Pronuncia-se "par ou ímpar americaaaaaa-no!" Deve ser coisa criada no Park Way.
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E a febre amarela em Brasília? Uma vovó nos seus 80 anos, caminhando com dificuldade e amparada por neta e filha, presumivelmente, foi assediadíssima por flashes de fotógrafos de alguns jornais da região e por uma equipe do DF-TV. Foi a celebridade instantânea do posto de saúde.
Lá atrás, nas salas onde a população estava sendo vacinada, padeciam auxiliares de enfermagem estressadas com tantas picadas a serem dadas em tantos contribuintes. Uma delas, de fato, deu-me uma estocada no braço que mais pareceu uma tentativa de assassinato. A dor representaria uma economia de tempo ou algo assim? Se não sou rápido o suficiente, quase derrubo no chão o chumaço de algodão que deveria estancar o meu sangue,já que após o meu pequeno supĺício, ela já se preparava para outro atendimento.
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Enfim, agora me sinto de volta à Brasília... Feliz 2008.
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