segunda-feira, 31 de março de 2008

Vigiar e punir

Essa aconteceu ontem, por volta das 21h15. Estava jantando, solitariamente, um bife à cavalo no Bar Brasília quando passou um camburão da Polícia Civil do DF. Ele parou a mais ou menos uns 300 metros do restaurante, ao lado do 1º Cartório da W3 Sul, um trecho praticamente deserto como, aliás, ficam todas as quadras num domingo à noite em BSB. Saltam 3 policiais. Um deles abre a porta onde ficam os presos e de lá sai um menino moreno de uns 18 anos, trajando boné e blusa brancas e bermuda vermelha. Os três o cercam e iniciam uma conversa que dura uns 5 minutos. Um dos policias chega a botar uma das mãos em seus ombros. Em seguida, o libertam e ele sai caminhando a esmo pelos blocos, talvez pensando numa forma de realizar o próximo assalto com a estratégia de não dar tanta bandeira para as autoridades.

Esse episódio fez com que caísse por terra uma teoria que sempre me foi empurrada, e empurrada goela abaixo para milhões de eleitores, como uma solução sine qua non. Na santa ingenuidade reinante, sempre se achou que o problema principal do enfraquecimento tático envolvendo políticas de segurança pública, especialmente em grandes cidades como Rio e São Paulo, fosse o alto grau de corrupção que ronda as forças policiais. Com baixos salários, é difícil cumprir a lei sem se tentar com ganhos fáceis promovidos pela relação promíscua entre PM´s, policiais civis e afins com a criminalidade. O reajuste dos subsídios sempre foi uma solução pregada pelos candidatos ao executivo como uma forma de se melhorar a qualidade de quem quer, de fato, se sentir seguro. Tantos foram os governadores e prefeitos que bateram nessa tecla.

Mas aqui em Brasília, as autoridades não podem reclamar de baixos salários, pois a categoria recebe em torno de uns R$3 mil, segundo me contaram. Vigiar (quem ameaça) o poder federal é um trabalho que custa caro devido à alta concentração de membros do poder público. O que presenciei ontem denuncia que não importa quão polpudo seja o ordenado. Dinheiro não molda e nunca vai moldar o caráter de ninguém. E isso é muito preocupante.

Pra quê ter a polícia mais bem paga do Brasil se se observa que os índices de violência estão ficando cada vez mais alarmantes? Não há nenhum tipo de pesquisa ou trabalho governamental que faça uma avaliação qualitativa sobre essa e talvez milhares de omissões pelo DF afora. Será que isso ainda não é necessário? Será que só com o caos instalado é que vai se tomar providências? E ainda assim emergenciais. Ganhando R$ 3 mil ou R$ 800,00, a história se repete.

O GDF tem uma propaganda vinculada na TV dizendo que aqui a administração pública local não permitirá acontecer o que andou acontecendo nas outras cidades. Quem presenciou o estrago dos dois governos do senhor Joaquim Roriz e suas conseqüências futuras sabe do que estou falando.

Não sei não.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fala mais ai da tua vida nova rapa! Poe um top 5 das coisas q vc mais ve de diferente ai em Bsb do Rio City.
Aki tudo trank, hoje o primeiro-ministro daki (q manda mais q a presidente) renunciou o cargo. O q tao dizendo eh q ele nao aguentou as acusacoes q vinha sofrendo de corrupcao passiva. Uma mixaria de 15mil pounds foi delatada na conta dele pela sua secretaria. Abs