sábado, 6 de setembro de 2008
Uma luz no fim do túnel
Voltando do trabalho, um pequeno alvoroço se faz notar na W3 Sul, uma das vias de acesso mais tumultuadas de Brasília. O ônibus tracejava alguns zigue-zagues para despistar o pequeno grupo que se manifestava durante o percurso. De repente, ouve-se barulhos de apitos e uma faixa é estendida para que todos percebam o que se trata. Um pequeno bando de ciclistas tentava, em corajosa demonstração de civilidade, conscientizar os cidadãos brasilienses de que carros e outros veículos automotores não precisam ser uma unanimidade burra, mesmo numa cidade onde automóveis são tão estupidamente endeusados e o transporte público repousa em seu eterno purgatório: usar a bicicleta preserva o meio ambiente, assim dizia a faixa.
Me senti emocionado. Vibrei com aquela iniciativa e não resisti. Ao me levantar de meu assento, demonstrei todo o meu entusiasmo e apoio. Um dos jovens se ergueu de sua bicicleta para apertar minha mão e bradar um “valeu irmão, pela força”. Foi a primeira vez nesses 15 meses morando aqui que percebi que há pessoas se organizando para provocar modificações nessa selva de concreto e asfalto. De que existe uma minoria disposta ao protesto por melhorias em uma cidade que pensava-se ser projetada para a ser a melhor.
Fui pra casa feliz.
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