segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Cadê a ditadura? Sumiu....

Atualizado às 11:45h de 4 de dezembro

Jornalistas políticos pertencem a uma raça que adora tentar antecipar o futuro com a ajuda de projeções feitas por institutos de pesquisa chapa-branca ou publicamente contrários a algum mandatário do Executivo. Já os regimes políticos que supostamente censuram os meios de comunicação de algum país, merecem mais do sarrafadas de costume em editoriais nos jornalões. E com razão. Mesmo vendida, patrulhista ou parcial ao extremo, antes uma imprensa livre com esses sintomas do que toda ela sistematicamente calada e impedida de se expressar. Assim é a democracia, infelizmente feita para não agradar a todos. Mas a defesa apaixonada e corporativa dessa mesma mídia resulta em desastres como o que se viu durante as semanas que anteciparam o referendo venezuelano que encabeçaria poderes de reeleição ilimitada ao presidente Hugo Chavez.

O resultado final foi um dos maiores exercícios de presunção vistos nos últimos anos pela imprensa brasileira. Miriam Leitão, Alexandre Garcia, Diogo Mainardi e tantos outros esqueceram por completo a prudência e interpretaram ecos de indecisão como uma vitória manipulada antes mesmo dela existir. A palpitaria equivocada gerou-se, em especial, graças às notícias em tempo real divulgadas pelas agências EFE e Reuters, ambas pró-Bush. Quando perceberam que a votação (apertada, diga-se de passagem) pelo NÃO foi a escolhida, optaram por defender "o fator surpresa" dos eleitores como uma espécie de Plano B para suas barrigadas na TV, nos jornais e nos blogs. E havia outra solução?

Confiou-se tanto na certeza de que uma ditadura em crescimento na Venezuela não poderia originar outra coisa, senão na confirmação da vontade institucionalizada chavista para finalizar seus planos de liderança eterna, que o clima de torcida "do quanto pior, melhor" deu lugar à análise jornalística. Que decepção para eles...Foi o poder do voto de uma maioria descontente com os andamentos de uma nação que determinou os seus rumos políticos daqui pra frente. Não os tanques nem as baionetas de um "hitlerzito" com cara de rato.

Ok, há ainda sinais de que o chavismo é um governo radical, que não costuma aceitar diálogos bilaterais, controla os Três Poderes, tem uma Assembléia Legislativa com calos nas línguas de tanto lamber o coturno do coronel. Mas aceitou uma derrota nas urnas. Isso faz muita diferença.

E como diria Paulo Henrique Amorim: "Não são apenas as jabuticabas que existem só no nosso país. São pesquisas com intenção de voto que ocorrem faltando 3 anos para as eleições".

3 comentários:

Antonio Proenca disse...

Oba, primeiro a comentar! Qual sera a proxima da imprensa agora hein?! E viva a Democracia, vamos brindar a derrota de Chavez junto com ele. E contra os Mainardi da vida. Afinal se o resultado do referendo fosse o contrario muito mais besteiras seriam ditas por ai. 'Por que no te calam, Mainardi Leitao e Garcia?'

Fabio disse...

ANTONIO: A próxima da imprensa eu não sei, mas que a tendência é piorar, não tenha dúvidas.
Abs

Diego Moretto disse...

Acho que a imprensa é de suma importancia nesses casos, lógico que rola a morronzisse dos meios de comunicação, mas as pessaos tem de saber discenir tbm o que é copnfiavel e oq não é.
No caso de Chávez, bom, acho que o povo foi prudente e viu que estaria mandano o país pro ralo, caso concordassem.

É isso amigo. Desculpe a demora, mas ta tenso a vida, hehehehehe. Abração!!!!